Escola e famílias contra o bullying

15/08/2016 às 20:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:23
 (Editoria de Arte)

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Sérgio Porfírio* 

O Brasil apresenta um dos maiores desníveis socio-econômicos e uma variedade de etnias e religiões. Essa riqueza cultural aponta a necessidade de uma formação voltada para a aceitação do outro e de sua diversidade. Além disso, uma das principais características da população brasileira é a espontaneidade e informalidade na forma de tratamento, o que dificulta o entendimento do bullying em nosso país... 

A diferença entre bulliyng e as brincadeiras típicas feitas entre crianças e jovens está pautada em algumas características peculiares, como a repetição, a intencionalidade e o desequilíbrio entre agressor e vítima, o que nos leva a pensar em uma relação de poder assimétrica e consciente, diferente de simples brincadeiras.

Podemos verificar um perfil típico dos que cometem, dos que sofrem e também dos que assistem ao bullying. As principais características das vítimas variam entre timidez, bons resultados acadêmicos, classe social diferente da maioria dos colegas, ou algum traço físico que sobressaia. 

Já os agressores podem apresentar, dentre outras características, impulsividade, exaltação e dominação, dificuldades para seguir regras, ser discriminadores e intolerantes.

Importante ressaltar que os colegas que testemunham as ações também sofrem e apresentam algumas características típicas como medo de que o mesmo aconteça a eles, não querer ir à escola, a discriminação, a desvalorização de outras pessoas e sentir culpa por não encontrar a maneira correta de lidar com a situação.

É necessário que os pais e/ou responsáveis entendam que a prevenção de qualquer forma de violência começa na família. Afinal, é nela que a criança se referencia para o convívio em sociedade. 

Importante que os familiares observem diariamente o comportamento das crianças, conversando e promovendo momentos de convivência capazes de sinalizar qualquer tipo de comportamento inadequado. Caso isso aconteça, a escola precisa ser imediatamente contatada. A escola, por sua vez, precisa firmar uma parceria com os pais das vítimas e dos agressores, formando uma rede de formação e cuidado com as partes.

É fundamental que o assunto seja tratado com transparência e parceria entre os profissionais e as famílias. Qualquer indício dever ser escutado com atenção! Os profissionais envolvidos com educação devem ser preparados para intervenção e encaminhamento e sempre promover reuniões para debater o assunto. 

O combate ao bullying deve ser diário e com ações preventivas. Os professores, sobretudo, precisam ter um olhar sobre os alunos que vai além do pedagógico e comportamental, um “olhar emocional”, pois o bullying pode causar sofrimentos diversos, dos mais brandos até a depressão profunda.

(*) Diretor de Ensino do Colégio Magnum Buritis, Especialista em Educação e Psicanálise da Criança e do Adolescente

 

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