Fundo do poço

06/09/2018 às 22:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:20

Maurilio Pedrosa* 

Nas últimas semanas vimos e ouvimos com abundância falas do ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva. Nos últimos dias sobre o lamentável incêndio no Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, que resultou na destruição de grande parte do seu particular acervo, perda irrecuperável de evidências e preciosidades da história do Brasil.

Nas duas semanas anteriores, as falas do ministro foram sobre resultados de dois exames de avaliação da educação, especialmente a educação pública: o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Os indicadores trazem resultados que demonstram o baixíssimo desempenho dos estudantes brasileiros que participaram dos testes, como a vergonhosa marca de mais de 70% dos alunos do ensino médio com o nível de aprendizagem classificado como “insuficiente”. Os dados, segundo Rossieli Silva, refletem a necessidade de se debater com prioridade o financiamento, a formação de professores, aspectos pedagógicos e de gestão do nosso sistema educacional.

A baixa escolaridade dos brasileiros, e dos jovens brasileiros, é uma das características principais das pessoas privadas de liberdade no país, público-alvo das atividades desenvolvidas pelo Minas Pela Paz. Em vez de apenas indignarmos com essa crítica situação, é necessário levarmos oportunidades de estudo e trabalho a milhares de detentos e, acreditem, isso tem funcionado. Com a qualidade de ensino dos cursos, principalmente do Sesi/Senai e também do Senac, Sebrae e outros parceiros, certificamos mais de 6 mil pessoas e, destas, não menos que 2 mil conseguiram empregos formais, contribuindo para uma sociedade melhor.

A educação transforma. A oportunidade dignifica! O trabalho inclui. 

O Brasil não pode continuar “no fundo do poço”, como foi qualificada a situação atual do ensino médio pelo ministro Rossieli. Assim como ele, entendemos que é hora do Brasil tomar decisões na busca de efetivas melhorias. Urge virarmos a página desse momento de retrocesso e cuidar melhor de nosso presente, para desfrutarmos um futuro mais justo, próspero e inclusivo para todos nós e para as próximas gerações.

*Gestor do Minas Pela Paz

 

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