Gestão municipal de qualidade para a agropecuária

12/07/2016 às 20:33.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:16

Zé Silva (*)

Finalmente, as principais organizações partidárias e lideranças do setor rural, que estão neste momento se organizando para participar de mais um processo eleitoral nos municípios, compreenderam de uma forma mais aprofundada o papel estratégico da economia agrícola para o desenvolvimento sustentável municipal.

Temos trabalhado muito para colocar o Partido Solidariedade na vanguarda desse processo histórico, mostrando toda a importância e as potencialidades da atividade rural nos processos para o desenvolvimento municipal. O resultado dessa nova visão sobre o setor, e que se fortalece e consolida a cada dia, é que cada vez mais os municípios, independentemente do tamanho de sua população ou de sua economia, estão buscando na atividade rural um vetor para fazer avançar seu desenvolvimento e a qualidade de vida.

Alguns municípios, conforme se depreende dos debates e diálogos colocados pelas suas organizações políticas e partidárias, estão mesmo apontando o setor agropecuário como a maior base para a recuperação e o fortalecimento de sua economia. Para isso, é claro, é preciso entender que o setor demanda uma melhor organização, estratégias, gestão profissional e planejamento de parte da administração municipal.

Evidentemente que não se pode esperar que a economia agrícola vá realizar plenamente suas potencialidades tendo na administração municipal uma gestão “amadora”, feita à força de improvisos e carente de quadros técnicos e de visão inovadora para com o negócio rural. A começar por se entender que o agronegócio – seja qual for suas características e perfil, se agricultura familiar ou não familiar – é sobretudo uma atividade inserida nos processos da nossa macroeconomia.

É por isso que diversos municípios terão a oportunidade de analisar propostas como a criação de uma área específica para a gestão da agricultura familiar, seja uma secretaria ou um departamento. O importante é que seja uma área de conhecimentos técnicos, com capacidade de planejamento e de formular parcerias e articulações institucionais para projetar e implementar programas produtivos geradores de renda e oportunidades de trabalho. Trata-se, afinal, de um setor que, devidamente organizado e com apoio institucional, pode mudar a história do desenvolvimento econômico municipal.

Essa força da agricultura familiar pode ser observada em dois exemplos de resultados divulgados recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, mostrando o papel desse segmento para nosso país: na redução da pobreza entre as populações rurais; e com os recursos que anualmente circulam em nossa economia, fortalecendo de modo substancial as economias locais e o desenvolvimento social em municípios com base econômica no setor agrícola.

No primeiro exemplo, conforme já tivemos a oportunidade de mostrar, a pobreza no meio rural foi reduzida de 28,6% da população, em 2002, para 4,9% em 2013. E quanto aos recursos oriundos das políticas de crédito para o segmento, circulam atualmente no Brasil R$ 65 bilhões, resultado de três milhões de contratos feitos pela agricultura familiar.
São recursos que circulam basicamente nos limites do município, com forte e positiva repercussão nos demais setores econômicos locais.

É preciso então qualificar a gestão municipal para inovar e alcançar a realização das potencialidades do setor.

(*)  Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade, escreve às quartas-feiras

 

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