Hábitos inadequados afetam memória

10/01/2020 às 16:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:15

Ângela Mathylde 

Muitas pessoas se deparam com falhas repentinas de memória e se surpreendem com o próprio cérebro. Afinal, tarefas simples como ir até outro cômodo da casa para buscar um objeto já gera dúvidas: “O que eu vim fazer aqui mesmo?” Surge o branco e a pessoa não consegue acreditar que esqueceu uma informação tão simples. Não existe receita para garantir uma memória perfeita, mas dicas para prevenir o esquecimento.

O correto entendimento sobre a memória ser um processo cognitivo complexo com várias fases: Primeiro, o percebimento de novas informações e a reunião de dados para contextualização, depois, a consolidação das novidades e, por último, a retomada da lembrança para um novo uso.

O cérebro não é um computador, ou seja, não é possível, simplesmente, ler um texto uma vez e armazená-lo permanentemente em um “banco de dados cerebral”. A mente não retém toda e qualquer informação, e essa situação garante o bom funcionamento, pois, ao eliminar dados irrelevantes, mantém espaço para guardar informações mais interessantes e necessárias.

A repetição é essencial para fixação e manutenção da informação sempre atualizada. Deve-se observar essa tendência, principalmente, nos estudos, pois uma matéria lida diversas vezes é retida com muito mais facilidade que aquela que só se estuda uma vez.

Outro hábito para ser incorporado à rotina é ter uma boa noite de sono. Um estudo publicado pela revista científica Nature revelou que quem não dorme o suficiente pode manifestar lapsos de memória e apresentar percepção visual distorcida, causados por uma falha de comunicação entre os neurônios, situação parecida com embriaguez.

É fundamental assimilar cada informação como um dado importante e útil no futuro. Atribuir significado a alguma coisa é se importar mais em construir e armazenar a memória no cérebro.

Quando não se dá a devida atenção e relevância a um dado, o cérebro interpreta que não é relevante, podendo ser descartado.

Outra ação essencial é aumentar a atenção individual em cada atividade realizada. Muitas pessoas costumam dividir a concentração em múltiplas tarefas e acabam não conseguindo reter informação de nenhuma delas. Um exemplo é tentar prestar atenção na aula mexendo no celular: parte do conteúdo passado pelo professor é perdido, mesmo que naquele momento o aluno tenha escutado o que foi falado.

A memória não é algo exato e controlável. Infelizmente, mesmo com atenção e seguindo as dicas, um dado ou outro pode, eventualmente, não ser assimilado. O que se pode fazer é cuidar bem da mente, mantendo o cérebro descansado e relaxado.

Neurocientista e psicanalista

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