Zé Silva*
Na semana passada, por proposição do deputado estadual Dalmo Ribeiro, atendendo a demanda de produtores do Sul do Estado, mais especificamente dos horticultores da microrregião dos municípios do Polo de Incentivo a Cultura do Morango no Sul de Minas, a Assembleia Legislativa realizou audiência pública tratando das condições de financiamento e necessidade de renegociação de dívidas com os agentes financeiros.
Região de grande horticultura em Minas, dada a proximidade com os fortes mercados paulistas, os produtores demandam essa renegociação principalmente junto ao Banco do Brasil. De acordo com um dos lideres do setor, o secretario municipal de Agricultura de Senador Amaral, nosso amigo e parceiro Demétrio Padilha, as condições adversas de mercado estão inviabilizando a atividade na região, com os preços ao consumidor bem abaixo dos custos de produção.
Participaram da audiência representantes do Governo estadual, da Emater-MG e do Banco do Brasil, técnicos e produtores da região e parlamentares. A expectativa é de que se chegue a uma nova relação com os agentes financeiros, sobretudo com o alongamento das dividas atuais, ate que o mercado se estruture melhor com a recuperação da economia.
Nesse sentido, a audiência foi importante para se conhecer em detalhes os impactos que a situação tem provocado na economia regional e local dos municípios, primeiro passo para superação do quadro. Essa superação é fundamental para dar continuidade a diversos projetos de hortifrutigranjeiros em andamento. Entre os quais o fortalecimento do Polo da Cultura do Morango na Região Sul de Minas.
Criado com o Projeto de Lei 20.619, do deputado Dalmo Ribeiro, e sancionado pelo Governo Anastasia, o Polo reúne 24 municípios produtores de morango, que comercializam o produto principalmente para São Paulo, mercado consumidor mais próximo da região. A atividade responde por milhares de empregos diretos e indiretos na região, e demanda altos investimentos, que só são possíveis de manter com um mercado consumidor aquecido. E infelizmente não é o caso neste momento, com a economia brasileira ainda em seus primeiros movimentos de recuperação. Mas não se pode parar. Nesse sentido, e com a satisfação de ser parceiro dos horticultores sul-mineiros nesse projeto, nossos esforços são para viabilizar um laboratório para produção de mudas de qualidade, estrutura para garantir um produto de alta qualidade, com economia para os produtores e condições melhores para a ocupação dos mercados consumidores.
(*) Agrônomo, extensionista rural,deputado federal pelo Solidariedade/MG