Impeachment: sim ou não?

17/04/2016 às 09:55.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:59

José Roberto Lima (*)

Na data de hoje todas as atenções estarão voltadas para a Câmara Federal, de onde sair[/TEXTO]á a decisão sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma. Muitos torcem ou para o “sim” ou para o “não”.

Mas, há vários meses, surgiu um outro grupo de pessoas que não aguenta mais a paralisação do país, no aguardo do desfecho desta crise política. Neste grupo estão muitos empresários que querem realizar seus investimentos, mas precisam conhecer as regras do jogo. Precisam, sobretudo, saber quem governará nosso país, se a atual presidente, se será ao vice-presidente, o presidente da Câmara...

Essas definições serão de grande valia para os concurseiros. É que, por causa da crise, diversos projetos relacionados à abertura de novos concursos estão parados no Executivo, outros no Legislativo e outros no Judiciário.

Neste contexto, é interessante notar que diversos manifestantes, além de clamarem pelo fim da corrupção, pedem investimentos em saúde, educação, segurança, geração de empregos etc. Mas alguém viu algum cartaz contra os concursos públicos? Provavelmente não.

Ao reivindicar eficiência do Estado, o que se pede é exatamente a contratação de médicos, policiais, professores etc. E, sem tomar posição ideológica, é inegável que, em alguns setores públicos, o quadro de funcionários está abaixo do mínimo. 

Alguém poderia argumentar que a máquina pública está inchada e que não convém contratar mais funcionários. Isso é uma falácia. Na Europa, cuja eficiência dos serviços públicos não se nega, o percentual de funcionários públicos é mais que o dobro do Brasil. 

A título de exemplo da precariedade de algumas repartições, e das tragédias que isso pode causar, lembremos a situação do DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral - na ocasião do rompimento da barragem de Mariana: contava com apenas oito funcionários para a fiscalização de todas as empresas mineradoras de Minas Gerais.

Então, por mais que se defenda o “estado mínimo”, somente seremos um país evoluído quando tivermos um corpo de funcionários públicos eficientes, submetidos a uma boa gestão e motivados para o trabalho em prol do bem comum.

Assim, seja quem for o grupo vitorioso na votação de hoje, que sejam claras as novas regras do jogo, conforme tanto aguardam os empresários. Que os órgãos públicos levem adiante seus planos de novas contratações. Que se realizem concursos para evitar o fechamento de muitas repartições. Que os aprovados sejam motivados a prestar melhores serviços, contribuindo para o seu próprio bem, para o bem das pessoas a seu redor, para o bem de seu bairro, de sua cidade, de seu estado, do nosso país...enfim, de toda a humanidade. 

Para darmos início a esta caminhada, os parlamentares devem responder em plenário sobre o impeachment: sim ou não?

(*) Advogado, professor de Direito, palestrante, mestre em Educação, delegado federal aposentado e autor de “Como Passei em 15 Concursos”. Escreve aos domingos.

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