Incertezas e prejuízos em Belo Horizonte

28/05/2018 às 22:06.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:19

 A população belo-horizontina deverá se preparar hoje para mais uma paralisação. Sem chegar a um acordo, ontem, com a CBTU, na reunião de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os metroviários decidiram manter escala mínima dos serviços nesta terça-feira, com garantia de circulação dos trens somente das 5h30 às 9h. Ao meio-dia, a categoria, sem reajustes há um ano e com extensa pauta de reivindicações, faz assembleia para decidir se volta ao trabalho à tarde ou se mantém os serviços suspensos por tempo indeterminado – o que significaria trilhos e plataformas de embarque e desembarque vazios. Caso votem pelo sim à greve, mais de 100 mil pessoas vão perder “o trem” de volta para casa. O metrô transporta 210 mil passageiros por dia. Há uma semana, a população belo-horizontina sofre para se deslocar. A falta de combustíveis deixou a pé quem depende do próprio carro, do ônibus, da moto e até dos aplicativos de transporte. Hoje a BHTrans garante que os ônibus voltarão a rodar nos horários de dia útil. Promessa de alívio para quem usa o serviço, mas, se confirmada a greve dos metroviários por tempo indeterminado, passageiros do metrô terão que recorrer aos ônibus, sobrecarregando todo o sistema. Durante uma semana, usuários de ônibus enfrentaram longa espera para ir trabalhar e voltar para casa, devido à redução das viagens para economizar combustível, e o desconforto dos coletivos ainda mais lotados que o habitual. No domingo, sequer contaram com o serviço.Mesmo com a retomada do abastecimento, iniciada ontem, a previsão é a de que o volume de gasolina e álcool ainda não seja suficiente para atender a todos motoristas de imediato, entre eles os de veículos escolares. A população sofre também com falta de alimentos, repartições públicas estão fechadas e milhares de estudantes estão sem aulas. A previsão da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) é a de que a economia mineira perca R$ 7,9 bilhões com a greve dos caminhoneiros. Quem circulou ontem por BH, sobretudo no Centro, pôde ver de perto o retrato da estagnação. Pouca gente nas ruas, lojas vazias e uma insegurança explícita no olhar dos moradores, que certamente é quem paga a maior conta.  

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