Michelle Nacur*
A hora de se submeter a uma cirurgia, seja ela de pequeno ou grande porte, pode acabar tirando o sono de muitos pacientes. Além das inúmeras dúvidas sobre o procedimento que será realizado, uma questão que costuma gerar insegurança é a anestesia.
É muito comum vermos pessoas que, por diversos fatores, manifestam receio e desconhecimento em relação à anestesia, porém grande parte desses questionamentos surge em função dos mitos que envolvem o ato.
Por esse motivo, a consulta pré-anestésica é de extrema importância para esclarecer todos os passos da anestesia para o paciente e para ajudar o médico anestesiologista a definir a técnica e medicações que serão utilizadas.
Cabe ressaltar, antes de tudo, que a consulta pré-anestésica é um direito do paciente e um dever do profissional. É nesse momento que serão analisados pontos cruciais para o correto andamento da cirurgia, como a avaliação da condição clínica e os exames pré-operatórios do paciente, estabelecendo, assim, o risco anestésico-cirúrgico.
A consulta também permitirá ao anestesiologista se inteirar das possíveis medicações que o paciente faça uso e explicar as técnicas anestésicas que serão utilizadas e suas possíveis complicações.
A finalidade da consulta pré-anestésica, no entanto, vai além das questões de ordem técnica, já que preparar uma pessoa para um procedimento cirúrgico exige estabelecer uma relação médico-paciente que terá reflexos decisivos em todo o perioperatório – que engloba o antes, o durante e o depois da cirurgia. O diálogo aberto e direto, nesses casos, fará com que o paciente fique menos ansioso e mais confiante.
Outra finalidade da consulta seria reduzir as chances de cancelamento ou adiamento da cirurgia, devido ao preparo inadequado do paciente. Por outro lado, o que se observa, na prática, é que o atendimento pré-anestésico é, muitas vezes, ignorado ou subestimado.
A consulta deve acontecer alguns dias antes da cirurgia e todo esse processo é essencial para que o profissional tenha uma visão global das condições físicas e psicológicas do seu paciente, fazendo com que ele se sinta mais seguro.
(*) Presidente da Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais (SAMG)