Iniciação na musculação

12/06/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:00

Letícia Ribeiro (*)

A prática de exercício físico regular na infância e na adolescência contribui para a adoção de hábitos saudáveis e prevenção de alguns problemas, como obesidade e doenças cardíacas na fase adulta. Durante o crescimento, as atividades precisam ser mais incentivadas, já que as pessoas tendem a se alimentar mal e passam muito tempo sentadas, seja estudando, assistindo televisão ou em frente ao computador.

Estudos científicos recentes têm derrubado o mito de que a musculação é prejudicial para adolescentes e a atividade já é recomendada por médicos e entidades conceituadas, como a American Council on Exercise (ACE), American College of Sports Medicine (ACSM) e American Academy of Pediatrics (AAP). 

Contudo, ainda é comum a dúvida dos pais sobre a indicação da musculação para adolescentes. Muitos têm receio de comprometer o crescimento e provocar lesões, mas isso acontece quando há excessos que causam estresse na musculatura ou execução errada de movimentos, gerado muitas vezes pela falta de supervisão do profissional.

A iniciação na musculação durante a adolescência deve ter um perfil educativo, com acompanhamento especializado para uma prática saudável e consciente durante toda a vida. Para a faixa etária de 11 a 14 anos, por exemplo, as aulas são mais curtas, com 45 minutos de duração. É preciso reforçar como a série de exercícios deve ser executada e qual o objetivo pretendido, mostrando que a técnica de execução, os aparelhos utilizados e a carga são diferentes do treino de adultos. 

O propósito não é ficar musculoso, mas fortalecer ossos e articulações, fazer controle do peso corporal, prevenir doenças cardíacas, problemas de pressão e preparar o corpo para evitar lesões na vida adulta. O treino também auxilia na postura, no equilíbrio muscular e na capacidade coordenativa.

Por isso, é importante uma avaliação médica e física que liberem o jovem para esse tipo de exercício, além de um acompanhamento individualizado do aluno, com uma evolução gradual. Após algumas aulas, os próprios pais constatam ganhos como aumento da autoestima e disposição. Alguns relatam, ainda, melhoria de desempenho na escola, já que o adolescente relaxa e foge da rotina quando realiza o treino regularmente.

O diálogo é a principal estratégia para os jovens mais ansiosos, que têm pressa para perceber os resultados. A solução, neste caso, é orientação, mostrando que é preciso respeitar os próprios limites e preparar o corpo para uma carga maior no futuro. 

Também é importante motivar o aluno de uma forma diferente dos adultos, indicando que determinado exercício vai ajudar a deixar o chute do futebol mais forte ou que ele não vai se cansar tanto para subir um lance de escadas, por exemplo. Dessa forma, é possível desenvolver adultos conscientes, que gostem de fazer atividade física sem excessos.

(*) Gerente Kids da Companhia Athletica de Belo Horizonte

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