Instinto solidário

18/10/2016 às 20:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:17

Luiz Ricardo*

Diversos estudos realizados recentemente pelas universidades de Harvard e Yale, nos Estados Unidos, revelaram que quando agimos instintivamente, temos a tendência de sermos gentis e até de colocarmos nossa vida em risco para salvar outra pessoa. O egoísmo, por outro lado, seria um comportamento aprendido e escolhido quando paramos para pensar antes de tomar alguma atitude. 

Intrínseca ao ser humano, a solidariedade se revela, por exemplo, no trabalho voluntário, que, segundo o Ibope Inteligência, está inserido na vida de 18% dos brasileiros – bem menor do que a média mundial, de 37%.

O trabalho voluntário tem mais chances de se tornar hábito quando é incentivado desde cedo pela família e pela escola, levando a criança a internalizar valores, como empatia e generosidade. No campo pedagógico, desenvolver ações em asilos, orfanatos e promover o contato dos pequenos com ONG’s é essencial. Essas ações também podem ser ótima opção para as férias escolares, quando boa parte dos estudantes fica ociosa.

O esforço conjunto contribui para o surgimento de adultos mais conscientes socialmente e preocupados com o coletivo. A educação infantil e de adolescentes dever ser pautada na formação humana, para que eles tenham conhecimento sobre o mundo emotivo dentro de si e do próximo. 

Entretanto, ser voluntário vai muito além de ajudar as pessoas. Há também quem opte por atuar em prol de causas ambientais, por exemplo.
As pesquisas indicam ainda que quem se envolve nessas ações pode apresentar uma taxa de mortalidade 20% menor do que quem não pratica, além de desenvolver o sentimento de satisfação e melhora da saúde mental e física. 

Mais do que promover esses benefícios, o voluntariado ajuda a transformar realidades, proporciona o contato entre diferentes mundos e estimula uma reflexão mais humana e profunda sobre a nossa relação com o outro. Qualquer pessoa pode ser voluntária, basta ter disposição, boa vontade e comprometimento. 

(*) Diretor executivo e conselheiro administrativo do Instituto de Observação da Terra (InOT)

 

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