Marcas do tabagismo

28/08/2020 às 08:20.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:24

Por Pedro Nery Bersan (*)

Os impactos do tabagismo à saúde não estão restritos ao câncer como a maioria dos brasileiros acredita. O cigarro contém mais de 4 mil substâncias tóxicas que provocam tumores no sangue, bexiga, pulmão, fígado, boca e em vários outros órgãos. O tabaco é responsável pelo surgimento do câncer e também de doenças cardiovasculares e diabetes, sendo responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas no mundo, a cada ano, sendo que mais de 1,2 milhão dessas mortes envolvem fumantes passivos, ou seja, pessoas que não fumam, mas ao ficarem próximas dos fumantes também absorvem os malefícios do cigarro, conforme a Organização Panamericana da Saúde (OPAS/Brasil). Apesar de tudo isso, você já parou para pensar que os efeitos do cigarro no corpo ainda vão além dos órgãos internos? A pele, por exemplo, é o maior órgão do corpo humano e também sofre com esses efeitos e os problemas mais comuns são envelhecimento precoce, a flacidez, as manchas e até queda de cabelo. 

As substâncias do cigarro inibem a produção natural do colágeno, permitindo o surgimento dos primeiros sinais de envelhecimento, como a flacidez e as rugas. O hábito ainda permite perceber os poros mais dilatados, o surgimento de cravos ainda mais evidenciados (escuros) e, ainda, manchas. A nicotina, por exemplo, provoca contração dos vasos sanguíneos, dificultando o transporte de oxigênio e, sem oxigênio, a pele ganha um tom acinzentado. Ao considerar que o rosto é um cartão de visita, é difícil não se incomodar com essas imperfeições. A situação é o principal motivo que leva a maioria dos fumantes a recorrer ao lifting facial para corrigir os efeitos do cigarro no rosto, pescoço e cervical. A técnica corrige o excesso de pele, a flacidez muscular e preenche a área em que a gordura foi perdida pelo envelhecimento precoce, devolvendo o tônus e a qualidade da pele. O procedimento resgata a jovialidade e a harmonia do rosto, deixando um resultado natural. 

É importante alertar a importância de parar de fumar no mínimo seis semanas antes e seis semanas depois da cirurgia. Aliás, antes de qualquer cirurgia, porque o tabaco contribui com o surgimento de complicações durante e após o procedimento cirúrgico, como necroses, trombose; embolia pulmonar; dificuldade de cicatrização e acúmulo de líquido. Quando o objetivo é devolver a jovialidade da pele, deve-se saber que, se fumar, o envelhecimento precoce continuará acontecendo. 

O cigarro tem grande influência na qualidade de vida de forma geral. A aparência é importante, mas o essencial é manter a saúde para não prejudicar a qualidade de vida. Quem pretende passar por algum procedimento cirúrgico e precisa “dar um tempo” do cigarro deve avaliar a possibilidade de não retomar o hábito, assumindo uma postura saudável e responsável, parando de fumar e fazendo a adoção de hábitos como a prática de atividades físicas, o consumo de alimentos saudáveis e bastante hidratação. Reduza o consumo de açúcares e gorduras. A saúde, inclusive a da pele, agradece.

(*) Cirurgião Plástico do Hospital Madre Teresa e Sócio-diretor da Clínica Bersan

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por