Menos é mais

03/08/2021 às 16:14.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:35

Mauro Condé*

 “Simplicidade é subtrair o óbvio e adicionar o significativo.” John Maeda.

Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento usando, como meio de transporte, excelentes livros sobre arquitetura e design.

 Eles me levaram para a cidade de Wiesbaden, na Alemanha, onde fui recebido por Dieter Rams, a quem fui logo pedindo: “Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor”.

“Desenvolva grande obsessão por respeitar e economizar ao máximo o tempo das pessoas, pois não existe nada mais deprimente do que coisas mal projetadas e que não funcionam, pois elas nos atrasam e nos entristecem.”

Dieter é considerado o mago do design de objetos cotidianos de todos os tempos e é autor de livros muito interessantes.

Do alto dos seus 90 anos de vida, ele nos presenteia com ideias incríveis sobre como produzir as coisas que serão usadas pelos próximos 100 anos.

Rams tem no currículo o título de guru de todo profissional que atua no projeto e desenvolvimento de novos produtos que são usados por quase 8 bilhões de habitantes do planeta.

Da leitura de seus livros, compilei algumas lições valiosas:

- Valorize a simplicidade, reduza tudo às poucas coisas que mais importam.

- Reconheça o valor da modéstia, pois a verdadeira arte está em esconder a arte.

Foi usando os princípios da simplicidade e da modéstia que Rams elaborou o protótipo das escovas de dentes que usamos no dia a dia.

- Desenvolva empatia com o consumidor, faça fácil de usar e produza coisas que proporcionem a melhor experiência de uso, com o mínimo de angústia possível.

- Seja clássico: quanto mais clássico seu trabalho se tornar, mais longevo e duradouro ele será.

- O bom design é de longa duração, evita estar na moda e, portanto, nunca parece antiquado, mesmo numa sociedade tão descartável como a de hoje.

- Seja minimalista – o melhor design se caracteriza por ser mínimo – “Menos, mas melhor”.

Para Dieter, menos não significa ausência de algo, mas sim o “não excesso de algo”.

Eu admiro muito pessoas como Dieter Rams, que possuem a mente orientada para simplificar o uso de coisas aparentemente complexas.

Deve ser por isso que amo tanto o Google – uma simples tela em branco com um mero retângulo no meio que nos permite acesso a tudo o que existe no mundo, sem necessidade de manuais de instruções e horas de treinamento.

Afinal, menos é sempre mais.

*Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco

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