Mercado para profissional de TI

01/11/2016 às 20:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:29

Edglei Sales *

O setor de Tecnologia da Informação (TI) deverá crescer a uma taxa anual de 3% até 2019, segundo estudo do Internacional Data Corporation (IDC). No entanto, o mercado brasileiro, que, em 2015, teve um déficit de mais de 195,3 mil profissionais da área, ainda apresentará uma lacuna de 161,5 mil pessoas daqui a seis anos, conforme a mesma pesquisa. É a maior defasagem em toda a América Latina. Embora o país atravesse um aumento da taxa de desemprego global, existe um grande desafio para preenchimento dessas vagas: o nível de capacitação dos profissionais. 

A maior dificuldade é justamente encontrar pessoas que entendam as tecnologias emergentes e que sejam capazes de se adequar às necessidades das empresas. De um modo geral, elas saem das universidades e até mesmo dos cursos técnicos com um bom conhecimento acadêmico, teórico, porém com pouquíssima ou nenhuma vivência prática do mercado. É comum faltarem conhecimentos básicos do setor. 

Além disso, muitos trabalhadores que ingressam na profissão ainda apresentam carência de habilidades que ultrapassam a técnica, como proficiência em inglês, trabalho em equipe e relacionamento com o cliente. Encontrar um analista de negócios, aquele que conhece de TI, princípios básicos de gestão e negócios, é quase impossível. 

Nesse cenário, muitas empresas têm optado pela capacitação interna dos seus colaboradores e formação de estagiários e jovens aprendizes. Estratégia que não é a ideal, tendo em vista a rotatividade do mercado. É fundamental, portanto, que os próprios trabalhadores invistam em seus currículos, aprimorando sua qualificação e suas certificações internacionais, ponto que também é muito valorizado. 

O governo e as próprias escolas com cursos técnicos e graduação em TI precisam enfrentar o desafio de aproximar os alunos do mundo corporativo e fomentar a criação de mais startups. E o setor, por sua vez, precisa se organizar melhor e fiscalizar a educação tecnológica, por exemplo, implantando conselhos nos moldes dos que existem nas áreas médicas, de engenharia ou direito. 

* Coordenador de Tecnologia da Informação da Fecomércio MG
 

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