Mundo real

09/10/2017 às 15:03.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:08

Aristóteles Drummond*

O país está mergulhado na crise e a sociedade vive a discutir questões alheias à solução dos problemas políticos, econômicos, sociais e até mesmo de natureza jurídica. Enquanto isso, a economia não consegue acompanhar o desempenho dos demais países. Estamos felizes com uma estagnação controlada e pela situação não ser ainda pior. O que, convenhamos, é um absurdo.

O Executivo vive em função de obter os votos para proteger o presidente e seus ministros de acusações oriundas não da oposição, mas, sim, do Ministério Público Federal. O Legislativo está preocupado em liberar emendas no toma lá dá cá das votações. E o Judiciário, indiferente à urgência de acelerar julgamentos relativos às recentes operações da Polícia Federal e denúncias do MPF, de forma a atender o reclamo popular pelo fim da impunidade. A demora,  recurso tipicamente latino, conspira em favor da impunidade.

Com vontade política, liderança efetiva e o uso correto da autoridade, as reformas poderiam ser votadas e aprovadas. O Judiciário conseguiria criar instrumentos de agilização de processos e o governo busca adotar uma postura mais afinada com o pensamento nacional e menos com a eventual, frágil e oportunista maioria no Congresso. 

A violência urbana não é um fenômeno fluminense, é nacional. Precisa de uma intervenção ampla, desde o policiamento ao trato da formação das novas gerações, que, no ócio, estão naturalmente a um passo da marginalidade.

A leitura dos jornais evidencia o distanciamento do debate nacional da realidade. Tentam distorcer fatos, como no caso das palavras de bom senso e tranquilizadoras de um oficial general do Exército, que apenas afirmou que o Brasil não cairia no caos com omissão dos seus soldados. E isso jamais estaria ferindo a Constituição e a democracia. Muito pelo contrário. Sem ordem não há democracia nem progresso. Mas a interpretação maldosa de ressentidos procurou dar uma conotação equivocada. Claramente de má-fé.

Menos ambições, menos vaidades, menos ódios e ressentimentos. Mais amor ao Brasil e mais solidariedade aos que sofrem o desemprego, a falta de recursos na saúde e na segurança pública. É disso que precisamos.

(*) Escritor e jornalista

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