Não vale repetir sem refletir

04/10/2016 às 20:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:06

Guerra Fabri*

Uma das notícias recentes mais importantes foi a Reforma do Ensino Médio brasileiro. Como tenho certeza que você já se debruçou na proposta, vou direto ao ponto mais polêmico, da edição de uma Medida Provisória como forma de implementação. Você já ouviu falar do atual Plano Nacional da Educação (PNE), iniciado em 2001 (Lei 10.172)? Sim, você leu certo: o ano de 2001 foi quando se iniciou o debate!

Em 2010 o PNE foi mandado para a aprovação da Câmara e, como lá a Educação não é prioridade, somente em 2014 fez-se valer. E nem por isso a sociedade parece ter se indignado até então! Havia a possibilidade de se efetivar as mudanças, mas os prolongados debates se apresentam como uma zona de conforto, então, nada feito. Quando alguém propõe ação, parece que isso é o que agride. Isso é uma verdadeira deturpação republicana. É debate demais para execução de menos. 

Vamos deixar claro que o PNE é um documento de metas, não tratou dos tópicos da reforma diretamente, mas o escopo da Medida Provisória vem desses mesmos debates. Não é resultado de poucos tecnocratas.

Então, as críticas ao instrumento da MP deveriam ganhar mais reflexões. A alternativa do uso de um Projeto de Lei, se enviado à Câmara, poderia levar outra década de novos debates. A própria aprovação do PNE mostra esse histórico.

A educação brasileira precisa de reformas. Mas, o Ideb do Ensino Médio está estagnado desde 2011. O desempenho em português e matemática é menor hoje que em 1997. Temos 1,7 milhão de jovens entre 15 e 24 anos que nem estudam, nem trabalham.

Essa Reforma não é a ideal. Longe disso! Retirar a obrigatoriedade da disciplina de Educação Física das escolas é um movimento contrário ao que se encontra no resto do mundo. Mas, é melhor agir e caminhar para outras reformas ao longo do caminho do que esperar o ideologismo alcançar sua fase áurea.

É triste perceber um conservadorismo e muita resistência corporativista sindical na educação. Onde estão os reformistas? Ou alguém acredita realmente que o que temos hoje em dia está funcionando? 

(*) Gerente de Marketing do Unileste, administrador, publicitário e mestre em Administração.

 

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