Neurociência na educação

08/11/2018 às 21:07.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:41

Angela Mathylde*

A neurociência analisa o funcionamento do cérebro, mais especificamente do sistema nervoso. A relação da neurociência com a educação é entender como o cérebro aprende, para que assim sejam adotadas ações para aperfeiçoar o aprendizado. A educação e a aprendizagem se relacionam com os processos neurais, em que os neurônios se conectam fazendo novas sinapses, estimulando a memória.
O estudo científico da educação desvenda os mecanismos do cérebro, analisando o funcionamento das regiões: sulcos, lobos e reentrâncias. O processo também estabelece as funções, enfatizando a importância de um trabalho em conjunto, em que cada um precisa e interage com o outro.

A aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter-relacionada. Aliar atividades escolares a atividades lúdicas, como a música e os jogos didáticos, estimulam o trabalho simultâneo dos sistemas auditivos e visual, desenvolvendo, até mesmo, o sistema tátil, através das dramatizações impulsionadas pela música. A situação fomenta a aprendizagem.

Conhecer as codificações e decodificações do cérebro permite compreender como funciona o processo de aprendizagem e trabalhar no aprimoramento de cada área para o individuo. As funções executivas e o sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal são, hoje, fundamentais na educação. O hipocampo, estrutura na região frontal do cérebro que acolhe o lobo pré-frontal, é importante na consolidação das memórias que, por sua vez, possui relevante papel no processo de aprendizagem. A preservação depende da reativação dos circuitos neurais, ou seja, as experiências e informações precisam ser repetidas para manter as conexões cerebrais relacionadas a elas. Outra forma de instigar o hipocampo são as emoções que influenciam funções, como a atenção e memória.

O sono é outro mecanismo fundamental , pois ao dormir o cérebro reorganiza as sinapses, eliminando aquelas em desuso e fortalecendo as mais importantes. Nas escolas, não devemos apenas adaptar às salas de aula, temos que adequar à forma de aprender do aluno. A neurociência defende que os alunos devem ser estimulados e que o os estudos ocorram em ambientes adequados, compreendendo que a aprendizagem é um processo biológico e que a empatia, um ambiente de segurança, conforto, apoio e a afinidade entre pares, nas turmas, são importantes nesse processo.

(*) Psicopedagoga Clínica, Conselheira Nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia 
 

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