Zé Silva (*)
Passado o segundo turno das eleições, delimita-se agora o campo de analises e reflexões desse evento político para o futuro do nosso pais.
A primeira observação é a de que essas eleições representaram pelo menos o início de grandes mudanças em nosso processo eleitoral. O novo modelo, a partir de apenas algumas modificações, teve força para mudar posturas e atitudes de candidatos e eleitores. Portanto, foram mudanças suficientes para mostrar a necessidade de se aprofundar as transformações para o aprimoramento de nossa democracia.
E mudanças que também se refletiram ainda na grande quantidade de votos brancos ou nulos, carregados de uma nova qualidade: foram votos de protestos ou de exigências de continuidade nas transformações.
Nessas eleições, os eleitores deram sua aprovação a programas mais realistas e transparentes para a administração municipal, e também vimos a demanda de mais dialogo e menos discursos. Também se percebeu a aprovação do estabelecimento de limites com os gastos de campanha e com os excessos de malabarismos marqueteiros. Mas, sobretudo, os eleitores manifestaram decididamente sua desaprovação com a falta de ética e de responsabilidade no trato dos recursos públicos.
Os candidatos vitoriosos certamente saíram dessas eleições com a convicção de que vivemos uma nova historia, marcada pelas inéditas atitudes e consciência política dos eleitores. E isso aponta para a urgência de novos paradigmas na administração municipal, com uma gestão profissional e de qualidade, com o estabelecimento de prioridades de investimentos, compromisso com a ética e racionalidade no uso dos recursos.
Tivemos recentemente a oportunidade de ouvir e dialogar com diversos prefeitos eleitos para tratar dessas e outras questões. E vimos que, apesar das dificuldades causadas pela gestão econômica desastrosa que tivemos em nosso pais, o estado de ânimo desses novos gestores é o melhor possível. E isso devido a uma certeza: a que população exige e uma administração publica com ética e compromissada com as prioridades de seu município. E isso não é nenhum desafio intransponível, é uma obrigação que todo gestor publico deve cumprir.
(*) Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG