Novos rumos

30/10/2018 às 22:04.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:31

Aroldo Rodrigues*

Chegamos ao final do processo eleitoral, que na minha opinião foi o mais inovador desde a redemocratização. O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), quebrou paradigmas, iniciou uma nova era na forma de fazer campanha. Os profissionais da área terão que rever os conceitos e estratégias daqui em diante. Ao contrário do que prega a oposição, tenho o sentimento que Bolsonaro irá seguir a Constituição e trabalhar para unificar o país. Em seu primeiro discurso como presidente eleito, reiterou estes compromissos e também a pauta econômica, com um norte reformista e liberal. Era tudo que o mercado queria ouvir.

Segunda-feira pós eleição, houve a esperada euforia do mercado, dólar em queda e Bolsa subindo, confirmando as apostas do setor financeiro na previsibilidade e reformas de Bolsonaro. O que esperar do novo presidente, no campo econômico, acredito que já fora debatido. Principalmente porque nunca escondeu que seguirá as orientações do seu conselheiro e provável ministro da Fazenda, Paulo Guedes. Que apesar de não ter experiência no setor público, é respeitado e tem uma pauta convergente com as necessidades atuais.

Penso que a discussão deve seguir para o qual Brasil Bolsonaro irá encontrar. Bolsonaro herdará uma economia que sustenta um crescimento de oito trimestres. Verdade que a taxas bem baixas, mas demonstra uma recuperação sustentável e contínua. No campo do emprego os números também são favoráveis, o Caged mostra a retomada da criação de empregos formais, sendo que em setembro quase 140 mil novos postos foram criados. O índice de confiança também é crescente tanto dos consumidores quanto das empresas.

Existe um ponto crucial, que depende exclusivamente do governo para que todos estes índices concretizem um crescimento econômico: ajuste das contas públicas. O déficit fiscal deve ser pauta deste governo, em especial a reforma da Previdência. Não é opcional um sério ajuste nos gastos do governo, protelar as reformas a farão ser mais radicais num futuro próximo.


*Economista, pós-graduação em consultoria empresarial, palestrante e professor universitário
 

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