O campeão voltou?

20/10/2016 às 19:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:18

Paulo Paiva*

O otimismo está voltando. Aqui e ali já se vê sinais indicando o fim da recessão. Projeta-se para o próximo ano o início da retomada do crescimento da economia. 
Crescimento significa mais empregos, renda per capita maior e mais consumo. Até recentemente crescimento econômico foi sinônimo de industrialização, urbanização e desenvolvimento. Por isso, o desenvolvimento de uma nação tem sido medido por meio da renda per capital (PIB/população). 

Com o aumento da desigualdade, foi elaborado outro indicador para mensurar o grau de desenvolvimento humano (IDH) que, além da renda per capita, inclui níveis de saúde e educação. Quando se considera o tamanho de sua economia (PIB), o Brasil é uma das dez maiores economias do mundo, mas tem desempenho modesto no ranking de renda per capita e de IDH. 

Voltar a crescer deve ser comemorado. Traz esperança de dias melhores. Todavia, os desafios do desenvolvimento são muito mais complexos hoje. 

O padrão de crescimento baseado na concentração urbana, na destruição de matas e florestas, na exploração ilimitada de recursos naturais não renováveis e no consumo crescente, está destruindo o planeta. É hora de buscar novas alternativas para o desenvolvimento, que concilie o crescimento da economia, com maior inclusão social e preservação ambiental. 

Essa preocupação está no centro das discussões do 9º Sustentar, evento que o Instituto Sustentar realiza este ano, aqui em Belo Horizonte e em São Paulo, com apoio da Fundação Dom Cabral.

O aquecimento global e os desequilíbrios ambientais estão pondo em risco o planeta. Segundo especialistas, os incêndios representam a maior fonte de contribuição do Brasil para o aquecimento global. Destruindo matas e florestas não só aumenta a emissão de gases, como também reduz a disponibilidade de água. 

A geração atual tem sua última oportunidade para salvar o planeta. Torna-se urgente buscar alternativas para que os frutos do crescimento econômico sejam distribuídos mais equitativamente e que o bem estar das futuras gerações seja garantido. Não há outra opção, nem se trata de escolha ideológica. Se não agirmos rápido, em breve não haverá campeão.

(*) Professor associado da Fundação Dom Cabral, foi ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC.

 

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