Philipe Figueiredo*
É fato que as perspectivas para a aviação executiva não são tão positivas como há alguns anos e, nesse contexto, não há fórmula certa para superar cenários tão adversos. A capacidade de adaptar-se à nova realidade, traçar estratégias realistas e inovar sempre é um diferencial. O momento impõe esse desafio – e essa oportunidade – a todas as empresas do segmento.
Impulsionado por fatores internos e externos, o setor viveu momentos de grande expansão no Brasil, entre 2008 e 2012. De olho nessa oportunidade, fabricantes e empresas, em geral, investiram em toda a cadeia da aviação executiva – da manutenção de aeronaves ao catering – para aproveitar o boom do segmento. A partir de 2013, no entanto, o período de bonança começou a dar os primeiros sinais de arrefecimento. Mudanças na economia e instabilidades políticas levaram o Brasil a passar rapidamente para um cenário de retração.
Mesmo assim, existem diversas oportunidades a serem exploradas. A aviação executiva é reconhecidamente uma ferramenta de trabalho necessária para empresas e homens de negócio. Nesse sentido, quando as vendas de aeronaves novas diminuem, percebemos aumento na procura por outros serviços.
Operadores que precisam de suas aeronaves passam a buscar atualizações da suíte de aviônicos, reforma de interiores, renovação da pintura, entre outras opções que prolongam a vida útil do equipamento. Há ainda uma tendência de aumento na procura pelo compartilhamento de aeronaves, que possibilita ao cliente contar com os benefícios da aviação executiva, por uma fração do custo.
Para os próximos anos, o atendimento aeroportuário é outra área que deverá se destacar. A despeito da queda do número de horas voadas, os operadores têm percebido cada vez mais os benefícios que uma base de atendimento – conhecida como “FBO” – proporciona. A Copa do Mundo e as Olimpíadas foram uma espécie de vitrine para essa solução, já que muitos operadores tornaram-se usuários frequentes em suas missões cotidianas.
(*) Diretor de vendas de aeronaves da Líder Aviação