O futuro da gastronomia brasileira

20/02/2017 às 20:39.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:38

Guilherme De Rosso*

Os rumos da economia brasileira em 2016 não foram dos melhores. Por isso, depositamos tanta confiança no ano que estava por vir. Infelizmente, 2017 não trouxe os bons ventos tão esperados. No ramo da gastronomia, vejo grandes e antigos negócios fechando suas portas, amigos e colegas de profissão driblando diariamente as dificuldades.

Existem milhares de bares e restaurantes abrindo diariamente por todo o Brasil, o grande problema hoje é manter esse novo negócio em funcionamento. Nosso país impõem aos empresários, altas taxas tributárias, burocracia sem limites e um ínfimo retorno e apoio ao seguimento. Falta sim, bom senso por parte dos órgãos reguladores, para que os negócios possam funcionar com maior facilidade, e assim a economia girar.

Segundo dados do próprio IBGE, 6 em cada 10 empresas fecham antes de completar 5 anos, é um número alto. Aí você me pergunta novamente: mas o ramo gastronômico não é diferente? Afinal, todos precisam comer, beber e se divertir, certo? Errado. Para manter um negócio nesse seguimento hoje, além dos problemas já citados, enfrentamos alguns outros, como a alta rotatividade de funcionários, que na grande maioria das vezes não são comprometidos, donos de estabelecimentos que não tem a mínima noção de mercado e o custo altíssimo de insumos nacionais e importados. Por aí vai.

Esse é um momento, qualquer passo deve ser calculado, aqueles que conseguirem inovar, diminuir custos e fazer mágica com as cartas que tem em mãos, terão um ano mais “tranquilo”.

Especialistas e donos de negócios dizem que 2017 tende a melhorar com o passar do ano, e que, em 2018, a economia começará a ser estimulada. Eu também acredito que em 2018 bons ventos soprarão mais forte. Até lá, seguramos as pontas e vemos bons “soldados” caindo, não só diante a crise, mas também diante a políticos corruptos, constituição ultrapassada, leis feitas em prol de uma minoria, desigualdade social, sistema corrompido e uma população complacente. Enquanto isso não muda, vamos ensinando ao mágico David Copperfield como se faz para manter um negócio gastronômico aberto em nosso país.

(*) Chef e supervisor do curso de Beer Sommelier do Centro Europeu, uma das principais escolas de gastronomia do Brasil

 

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