Fabrizia Portes Cury Lima*
O cenário econômico brasileiro sinaliza profundas mudanças na forma de atuação dos profissionais que exercem funções ligadas ao agronegócio. Segundo dados do Cepea, o PIB do agronegócio brasileiro deverá crescer em 2018 cerca de 3,4%, e a demanda é cada vez mais forte por profissionais completos. O mercado rápido, global e complexo que é gerido pelo conhecimento e pela informação está exigindo uma formação acadêmica mais complexa em que, além das habilidades e competências próprias da medicina veterinária, a visão empreendedora, o conhecimento de ferramentas estratégicas, a iniciativa, a liderança, a gestão de pessoas, de projetos e da carreira são indispensáveis para a empregabilidade.
O profissional que seja capaz de planejar a carreira, que consiga desenvolver habilidades de relacionamento interpessoal e autoconhecimento, compreenda o papel social da medicina veterinária na sociedade e sua importância para a pesquisa, a saúde pública e o bem-estar humano e animal conseguirá fazer escolhas conscientes e assertivas acerca da profissão. Desta forma, saberá conduzir uma carreira visando o crescimento pessoal, profissional e de toda a cadeia produtiva envolvida.
O mercado de trabalho para o médico veterinário é bastante amplo, sendo mais de 80 áreas de atuação, que inclui a indústria de produtos de origem animal, de medicamentos, produtos e insumos agrícolas. Um mercado que procura profissionais competitivos, sempre atentos ao bem-estar animal, a sustentabilidade e a proteção ao meio ambiente. Os estabelecimentos veterinários voltados à saúde dos animais de companhia estão cada vez mais especializados com máxima infraestrutura, tecnologia de ponta e técnicas avançadas.
Algumas questões são prioritárias na formação do médico veterinário, como a capacidade de comunicação que influencia diretamente na relação com o dono do animal, facilitando o diagnóstico e tratamento do paciente. O perfil analítico e multidisciplinar do profissional também possibilita a inter-relação das áreas do conhecimento e a capacidade de conviver e interagir de forma colaborativa com pessoas que pensam de forma diferente e podem agregar mudanças e novas perspectivas ao trabalho.
Então, como deve ser o profissional do futuro? Quais as características que o mercado procura? Será que serei feliz e realizado com a profissão que escolhi? Ao responder essas perguntas é importante considerar a formação humanística e ética do profissional, focada no conhecimento técnico-científico e no engajamento social e sustentável. Um médico veterinário dinâmico e aberto a mudanças!
(*) Médica veterinária, doutora em ciência animal pela UFMG, coordenadora e professora do curso de medicina veterinária da FKMG