O Mineiro sempre lembrado

19/02/2018 às 20:39.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:27

 Aristóteles Drummond

Sábado passado seria aniversário de José Aparecido de Oliveira, o que nos dá oportunidade para lembrar desse mineiro que marcou sua época. Sua longa presença na vida pública, exercendo inúmeros cargos, influenciou fortemente presidentes da República, como Jânio Quadros, José Sarney e Itamar Franco, e notáveis como Magalhães Pinto, de quem foi secretário de Estado. Aparecido foi um desfilar incessante de espírito público e solidariedade às boas causas, de forma fraterna e generosa. Nem mesmo aqueles que perderam tempo ao resistirem à sua presença integral na vida mineira e nacional nunca ousaram colocar em dúvida sua honestidade pessoal e seu distanciamento em relação a interesses financeiros.

Lembrar José Aparecido é mostrar a novas gerações que tivemos e podemos ter vocações sinceras para a vida pública. E não passa despercebido na avaliação de sua vida a identidade permanente com o moderno. O recente livro de depoimentos sobre sua personalidade, e singela biografia, foi organizada e teve texto de um jovem valor na vida cultural mineira, o poeta Petrônio de Sousa Gonçalves. Assim como a sua dedicação política e ao serviço de sua terra encontra continuidade no filho José Fernando, que volta a administrar a sua querida Conceição do Mato Dentro.

José Aparecido foi exemplo da conciliação, da tolerância, do diálogo, da grandeza. Ao sofrer injustiças, como os anos em que foi afastado da função pública, ingratidões e traições, em momento algum revelou ressentimento, rancor, nem aderiu ao radicalismo. E, ao voltar a exercer influência, nunca discriminou quem quer que fosse. Na redemocratização, estava indicado para vice na chapa de Tancredo Neves, na eleição estadual, quando problemas de saúde o levaram aos EUA para delicada cirurgia. Ao regressar, encontrou seu lugar ocupado. Outra vez mostrou grandeza, atuando bravamente na campanha que o fez um dos mais votados da bancada federal eleita em 82. Depois foi a vez de inaugurar uma nova fase das relações do Brasil com Portugal e países de língua portuguesa.

Recordar momentos de sua vida pública, iniciada muito jovem e exercida até o fim, é dever dos que desejam o Brasil com melhor qualidade de seus homens públicos, fortalecendo a democracia e abrindo espaço para o progresso. Sua lembrança serve para mostrar que nada pode ser construído na base da vingança, do ódio, do ressentimento.
 

Jornalista

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