O prêmio Nobel de Economia 2017 é culpa sua

16/10/2017 às 15:08.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:14

Mauro Condé*

O prêmio Nobel de Economia 2017 foi dado ao Cientista Richard Thaler, por sua e por minha causa.  
Foi estudando a economia comportamental que Thaler mapeou as nossas grandes dificuldades individuais de decisão na hora do consumo.

Antes de resumir essa ideia vou ilustrá-la com uma breve história pessoal.

A minha vida toda eu só tinha ido a cinemas brasileiros para assistir a filmes americanos.

A primeira vez em que assisti a um filme brasileiro foi, por engano, por uma enorme coincidência e grande ironia do destino, dentro de uma sala de cinema de Nova York, em pleno solo americano (rs).

A sucessão de fatores que me levou a esta situação pode ser explicada pela teoria do ganhador do prêmio Nobel – eu tomei uma decisão por impulso, pressa, cansaço físico e mental e de forma totalmente automática e sem raciocinar na hora, até descobrir tarde demais que a decisão não correspondia ao que eu queria naquele momento.

Foi através desta teoria que descobri que o que eu fiz aquele dia é muito mais comum a todos os seres humanos, inclusive a você.

A Teoria de Thaler pode ser resumida rapidamente em três pontos: 

1 -  A racionalidade humana é limitada – nós, seres humanos na maioria das vezes, tomamos decisões de forma rápida, automática e apressada sem levar em conta os fatores envolvidos e as consequências de longo prazo e geralmente nos arrependemos depois. Por isso, a maioria das pessoas atravessaria a cidade para economizar R$ 30,00 na compra de um rádio e não se incomodaria de comprar uma TV por R$ 30,00 a mais numa loja perto de casa.

2 - O conceito do preço justo é variável – como no caso da decisão de compra de um guarda-chuva com preço aumentado na hora da tempestade.

3 - As tentações de curto prazo pressionam por decisões não racionais e nem sempre as melhores – o que leva as pessoas a agirem e decidirem por impulso do momento.

Através destas conclusões Thaler criou um método que ele batizou de Nudge (Empurrão) para ajudar as pessoas, empresas e governos na criação de gatilhos automáticos para melhorar radicalmente o processo, o nosso processo de tomada de decisão principalmente na hora do consumo.

Seu método inteligente se baseia na ideia de breves alertas semelhantes aos que os carros emitem quando alguém está sem cinto de segurança ou o combustível entra na reserva.

Para conhecer melhor a ideia, leia o livro Nudge de Thaler.

(*) Condé é palestrante, consultor e fundador do blog do Maluco

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