O que o Vale do Silício tem a ensinar?

22/08/2018 às 19:56.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:03

Marcelo Nassau Malta * Recentemente, tive a oportunidade de visitar algumas cidades do Vale do Silício na Califórnia (EUA). Foi uma experiência incrível conhecer a região que mais respira empreendedorismo, inovação e tecnologia no mundo. Visitei sedes de grandes empresas como Apple, Facebook e Google e tive a honra de assistir a uma palestra sobre inovação do professor Richard Dasher, na Universidade de Stanford.  Afinal, por que nenhum outro lugar no mundo é tão propício quanto o Vale do Silício para que uma grande ideia seja convertida em uma solução disruptiva, capaz de transformar a sociedade? Ao redor dos empreendedores e das startups, existe um ecossistema formado por universidades extraordinárias, como Stanford, Berkley e Santa Clara, incubadoras e aceleradoras de startups com renomados mentores e laboratórios de pesquisa. Financiando as iniciativas de inovação, existem os investidores anjos, capazes de apostar alto em empresas com grande potencial de crescimento, investimentos públicos e, principalmente, investimentos privados por parte das maiores empresas de tecnologia do mundo. A velocidade com que as grandes empresas precisam se transformar atualmente está fazendo com que a aquisição de startups esteja cada vez mais presente em suas estratégias de inovação. A diversidade étnica e cultural também é um grande ativo do Vale, pois as melhores equipes são formadas por diferentes perfis que se complementam de forma altamente positiva.  Outro fenômeno que merece destaque no Vale do Silício que não para de crescer e nos surpreender é a Inteligência Artificial. Já é notório o impacto positivo dela em diversas áreas, como o diagnóstico na medicina, a automação na engenharia, a mitigação de riscos no mercado financeiro e a jurisprudência no direito. Os carros totalmente autônomos da Google e da Nvidia, por exemplo, circulam cada vez mais pelas ruas da Califórnia, e a cada dia se tornam mais seguros e inteligentes. Apesar de existirem iniciativas semelhantes em várias partes do mundo, como o San Pedro Valley, em BH, o Vale do Silício está muitas décadas à frente de qualquer outro lugar. O que mais me impressionou foi a relação de confiança entre os empreendedores e como eles compartilham ideias e soluções de forma tão aberta e transparente. Porém, cada startup conduz a sua própria iniciativa, alinhada à sua visão de negócio, integrando uma grande rede colaborativa, em que todos saem ganhando sob o princípio de que sempre se tem algo a ensinar ou a aprender com alguém. O empreendedorismo é crucial para o desenvolvimento das nações e para que as sociedades se tornem mais inteligentes, sustentáveis e melhores para se viver. Porém, por mais atraente que seja para os empreendedores um ecossistema como o do Vale do Silício, não basta somente estar lá para que um sonho se torne realidade. É preciso saber lidar com riscos, incertezas e frustrações. É imprescindível ter resiliência e acreditar sempre que escolhas e atitudes poderão transformar a sociedade, mas será necessário estar preparado para trilhar caminho de muitos tropeços e lições aprendidas. Ninguém alcança o sucesso sem colecionar os fracassos que tanto contribuem para o crescimento pessoal e profissional de um empreendedor!  *Mestre em Informática, bacharel em ciência da computação, professor do curso de graduação em sistemas de informação da Faculdade Promove, professor em cursos de pós-graduação na área de tecnologia da informação da PUC Minas e gerente de tecnologia da informação da Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da PUC Minas e dos Colégios Santa Maria.  

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