Hellom Lopes Araújo*
Nos dias em que vivemos torna-se cada vez mais evidente o interesse da sociedade em obter respostas para todos os conflitos apresentados, especialmente para aqueles que a toda evidência nos aflige a alma, como a corrupção, a afronta ao patrimônio público, a dissimulação para se manter no poder ou para retornar ao poder.
Todos estão chocados, a sociedade encontra-se assustada, muitos querem se mudar do país, outros dizem não ter mais esperança, mas poucos questionam o que fazer ou como fazer para dar certo.
Na contramão dos acontecimentos políticos e econômicos, milhares de estudantes buscam ingressar em um curso superior e grande parte busca graduar-se no curso de Direito, talvez pela amplitude das possibilidades profissionais que o curso proporciona, especialmente nas inúmeras carreiras públicas ou, quem sabe, pela necessidade de se buscar novos horizontes para a vida, abrir a mente para novas ideias e conceitos.
Na caminhada universitária, a vida estudantil proporciona mudanças, os ideais que se tinham antes da faculdade são mitigados, os interesses alternam e, no dia a dia da vida acadêmica, a preocupação maior se torna em simplesmente formar e obter logo o diploma, ou seja, sair logo da escola.
O que se percebe é que, a conduta humana em qualquer situação apresentada é sempre a mesma. Busca-se alcançar o resultado pretendido de maneira mais célere e sem traumas, ou seja, prefiro mudar de país ao buscar soluções para os problemas políticos e econômicos existentes, bem como prefiro esquecer os meus ideais e objetivos originários para obter logo o diploma.
A reflexão que devemos fazer é que o resultado dos nossos objetivos devem ter a mesma importância e o mesmo sabor do caminho percorrido para atingir o alvo. Não podemos esquecer que os desafios superados e as lutas vencidas valorizam o título obtido, aquilo que foi conquistado. Evitar o conflito, ou se esquivar das obrigações propostas, produzem um resultado sem merecimento e sem o valor esperado.
Não há como mudar o nosso futuro sem enfrentar as mazelas da sociedade, sem confrontar o corrupto, sem incomodar aquele que surrupia o patrimônio público, sem buscar retirar do poder aqueles que só fazem o mal.
Fazer Direito é muito mais que obter um “diploma”, é mudar o mundo à sua volta a partir da concretização dos seus sonhos e objetivos, é vencer os obstáculos apresentados, é saborear os desafios, e construir o seu caminho dentro das dificuldades e reconhecer que só a luta leva à vitória e só a vitória conjunta de um povo é capaz de produzir um sociedade harmônica e plena.
(*) Mestre em Direito, professor e Coordenador do Curso de Direito da Faculdade Kennedy de Minas Gerais