O Trânsito e as Cidades

09/07/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:13

Glavio Leal Paura*

É interessante pensarmos que o trânsito nos remete diretamente às cidades e, hoje, podemos considerar que este é um dos problemas que afetam de forma direta a qualidade de vida, principalmente nos grandes centros. Mas onde está o problema? Seria o grande número de carros, pela facilidade que hoje temos em comprá-los? Seria o transporte público brasileiro deficitário, que leva as pessoas a adquirem os carros? Ou o problema do trânsito está no comportamento das pessoas que ali estão como condutores?

Concordo com quem disser que todos os pontos mencionados são problemas pertinentes ao nosso trânsito. Hoje, porém, muitos concordarão que se o comportamento de quem conduz o veículo fosse diferente, muitos acidentes poderiam facilmente serem evitados.

Neste sentido, movimentos se propõem a chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. A questão comportamental é um dos principais fatores de acidentes em um trânsito por si só intenso e tenso.

Pare para pensar quantas vezes você já se irritou com alguma situação de trânsito na última semana, ou melhor, no dia de hoje. Quem dirige diariamente possivelmente tem um fato para contar e posso quase que afirmar que o momento que te irritou foi por uma questão comportamental, que envolve ou a falta de atenção ou práticas não aconselháveis no trânsito. 

É um motorista que não se mantém à esquerda para uma conversão no mesmo sentido, é alguém que troca de faixa sem sinalizar, é um condutor que freia repentinamente porque estava mexendo no celular e não prestou atenção na fila de carros que pararam. Tais pontos são geradores de acidentes e de estresse no trânsito, que é uma das variáveis que podem levar a acidentes.

Além disso, temos a questão psicológica que, aliada a uma forte irresponsabilidade, podem não causar somente um incidente ou estresse, mas sim um acidente grave. Ou ainda um (ir) responsável por conduzir uma criança sem uso da cadeirinha, um motociclista sem o capacete, a direção aliada ao consumo de álcool ou outro tipo de droga ou a falta do sinto de segurança entre tantos outros erros. 

O Brasil é o quinto entre os países que mais matam no trânsito, o que nos mostra a importância de um movimento que desenvolve ações entre o poder público e a sociedade civil, envolvendo segmentos distintos para a conscientização.

Essa consciência, quando falamos do condutor, está em situações que deveriam ser óbvias e rotineiras, pois, se apenas respeitarmos as leis, vários acidentes já serão evitados. Se uma via tem limite de velocidade, não é à toa, não foi determinado simplesmente pelo gosto de alguém – e sim por pareceres técnicos e de segurança. 

Temos um exemplo de onde isso funcionou em Curitiba. A prefeitura instaurou a Área Calma, uma região do Centro da cidade na qual a velocidade máxima permita é de 40 km/h. Uma medida preocupada com o bem estar do cidadão e com a redução de acidentes. O resultado foi reduzir a zero os acidentes fatais nessa região.

Precisamos nos conscientizar de que, com certeza, o poder público tem sua responsabilidade, porém, o principal está em nossas mãos. Até quando morreremos por nossas atitudes?

(*) Coordenador dos cursos de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Positivo

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