OBSTÁCULOS AO EMPREENDEDORISMO

29/03/2018 às 22:50.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:05

Lucas Azambuja*

Não existe nação desenvolvida sem atividade empreendedora. Por mais que muitos brasileiros sonhem passar em um concurso público para ter estabilidade, o Brasil tem uma parcela expressiva que deseja empreender, como mostram dados da pesquisa Global Entreprneurship Monitor, realizada em 54 países em 2017.

Se por um lado, estamos em 31º lugar com 15,25% da população adulta com intenção de empreender. Por outro , estamos em 10º lugar com 20,3% da população adulta envolvida no início da abertura de algum negócio. O cenário é diferente quando verificamos dados sobre a atividade empreendedora no Brasil. Segundo esta mesma pesquisa, entre os envolvidos no início da abertura de um negócio, somente 1,16% está empreendendo motivado por oportunidade. O oposto ao empreendedorismo por oportunidade é o por necessidade, que consiste em abrir um negócio como alternativa à falta de emprego, que pouco contribui para o desenvolvimento. Além disso, entre os envolvidos no início da abertura de um negócio somente 3,05% esperam empregar 6 ou mais pessoas nos próximos anos . Por que, apesar de o brasileiro valorizar a atividade empreendedora, ele não o faz com qualidade para impactar no aumento da produtividade, emprego e inovação do país?

Parte da resposta está nas circunstâncias em que se empreende no Brasil. Além de possuirmos baixa qualidade na educação e demais fatores de capital humano, as regulações sobre a facilidade de abrir e se fazer negócios no Brasil é uma das piores do mundo. É o que mostra: o ranking do Doing Business do Banco Mundial. O Brasil amarga posições acima da centésima entre 190 países sobre a qualidade das regulações que afetam a abertura de empresas, obtenção de alvarás de construção e crédito, registro de propriedade e pagamento de impostos. As regulações de negócios brasileiras impõem altos custos de tempo, dinheiro e burocráticos. Por isso, muitos empreendedores se veem condenados a permanecer como micro ou pequenos empresários ou, pior, seguir o caminho da informalidade.

]*Artigo produzido pelo Grupo Laboratório de Análise de Ambiente de Negócios, sob a coordenação de Lucas Azambuja, sociólogo e professor do IBMEC-BH

 

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