Os avanços da medicina diagnóstica

25/09/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:42

Kerstin Kapp Rangel (*)

O câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais acomete mulheres em todo o mundo, se desconsideramos o câncer de pele não melanoma. Esse tipo de câncer representa 25% dos novos casos da doença e atinge principalmente mulheres com mais de 50 anos, embora exista um número significativo de casos diagnosticados antes dos 40 anos. Homens também podem ser acometidos da doença, no entanto representam apenas 1% do total dos casos. 

Apesar de a incidência do câncer de mama continuar aumentando globalmente, a mortalidade pela doença tem diminuído cerca de 2% ao ano desde o final dos anos 90. Os principais fatores responsáveis por essa diminuição são os avanços na medicina diagnóstica e nos tratamentos da doença, que podem atingir 95% de chance de cura em casos diagnosticados precocemente.

A detecção do câncer de mama em estágios iniciais é a principal arma no combate aos efeitos negativos da doença. A realização anual da mamografia e o exame físico regular a partir dos 40 anos têm possibilitado o reconhecimento de lesões invasivas e não invasivas, antes mesmo de se tornarem câncer. 

Além disso, existem, hoje, meios para identificar uma parcela de mulheres com predisposição genética para a doença, o que viabiliza um controle distinto incluindo a possibilidade de cirurgias redutoras de risco a estas pacientes. 

Nos casos já diagnosticados, a abordagem personalizada tem despontado como uma importante aliada. Dedicada a cada paciente, esse novo desenho terapêutico tem possibilitado que as cirurgias se tornem cada vez mais individualizadas, menos extensas e menos mutilantes. 

Outro avanço observado nessa área consiste na definição do perfil biológico de cada tumor. Com isso, as características específicas dos tumores são utilizadas como alvo terapêutico em forma de anticorpos distintos. Ademais, progressos tecnológicos ocorridos na radioterapia, tratamento que complementa as cirurgias, também têm contribuído para tornar o tratamento mais eficaz e menos agressivo.

Por surgir em decorrência de inúmeros fatores, muitos dos quais não podem ser alterados, não existe ainda uma maneira efetiva de prevenir o aparecimento do câncer de mama. No entanto, as mulheres podem reduzir em até 28% o risco de desenvolver a doença com algumas recomendações básicas. 

Dentre elas, estão evitar a obesidade; manter uma dieta saudável e equilibrada; praticar atividades físicas regularmente, principalmente após a menopausa e limitar a ingestão de bebidas alcoólicas. A amamentação por períodos prolongados é, sabidamente, um fator protetor.

Diante desse cenário, é preciso ressaltar a importância da prevenção secundária, que consiste no diagnóstico precoce da doença. Campanhas como o Outubro Rosa representam uma oportunidade de conscientização da população sobre a doença, a importância do diagnóstico em fases iniciais, o seu tratamento e o controle. 

O Instituto Mário Penna é uma das instituições em Belo Horizonte que promove uma grande campanha sobre o assunto e esse ano, como nos anteriores, também pretende realizar gratuitamente mamografias para mulheres. 

(*) Mastologista do Instituto Mário Penna

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