Os reflexos da Covid nas eleições municipais

15/08/2020 às 10:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:17

Fabio Caldeira

Como esta pandemia devastadora que chegou de repente, afetando sobremaneira as relações humanas, profissionais, econômicas e sociais, não seria diferente em relação às eleições municipais deste ano. 

As eleições para mandatos executivos e legislativos, independente de para qual ente da federação, expressam um momento de grande destaque da democracia de um país, pois o voto deve ser compreendido como uma procuração que estamos dando a alguém, para em nosso nome, agir, seja definindo prioridades, estruturando equipes competentes e alinhadas, planejamento e implantando decisões. Por suposto tendo como linha mestra o interesse público e o bem comum, alicerçadas pelo nosso conjunto normativo, com ênfase aos princípios constitucionais da administração pública, dispostos no Art.37 da Constituição Federal.

Sobre alterações no processo eleitoral deste ano devido à Covid, algumas questões já são explícitas, como as mudanças de datas do calendário eleitoral, especificamente do dia das eleições. 4

Também os encontros presenciais entre pré-candidatos e eleitores estão absolutamente comprometidos, o que favorece sobremaneira aqueles nomes mais conhecidos, os que manejam as redes sociais com mais intensidade, abrangência e engajamento, além, por suposto, dos que já ocupam postos eletivos.

Alguns itens ainda são hipotéticos, mas com alta probabilidade, como o aumento da abstenção, não só de idosos e dos mais vulneráveis à Covid, mas daqueles que querem evitar aglomerações e nem sairão de casa, e ainda os que ao chegarem nos postos de votação e vendo acúmulo de pessoas, retornarão às suas casas sem concretizar o voto.

O que seguramente não mudará é a importância de estratégias bem definidas pelos candidatos. Não existe mais espaço para “achismos” e definições dentro da respectiva “bolha” dos postulantes. 

Estratégia bem definida significa, em caráter indispensável principalmente para os candidatos a cargos executivos, ter acesso a pesquisas qualitativas como ferramenta para identificar o “humor” da população na conjuntura atual, alinhamento de discursos, definições e externalização de propostas objetivas e factíveis.

Eleição municipal tem uma particularidade em detrimento das outras: são temas locais que devem sobressair, como mobilidade, tipicidades da qualidade vida, organização territorial e desenvolvimento local. 

Grandes temas nacionais, salvo melhor juízo, não deverão estar na pauta almejada pela população. E lembrando sempre que, ao escolher em quem votará, o aspecto emocional sobrepõe o racional na mente do eleitor. 

Fica a grande expectativa que sejam eleitas pessoas de bem e qualificadas para atuar, seja no Executivo ou Legislativo, com muito equilíbrio e sabedoria, pois o pós-pandemia exigirá muito daqueles que receberão nossa procuração para atuar em nosso nome.

Que venha o 15 de Novembro!!

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