Outra aliada contra diabetes tipo 2

11/11/2016 às 20:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:37

René Berinoague* 

O próximo 14 de novembro é o Dia Mundial da Diabetes. A cirurgia bariátrica é uma aliada ao combate do tipo 2 da doença, que atinge 422 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Algumas pessoas conseguem controlar a diabetes tipo 2 com insulina, remédios e exercícios físicos aliados a uma alimentação saudável e controlada. Entretanto, existem outras que apresentam maior resistência e podem ter problemas nos rins, no coração, na circulação e até cegueira. Diante disso, a cirurgia, até então indicada para diabéticos com obesidade moderada ou grave, passou a ser indicada para pacientes com tipo 2 e obesidade leve.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 90% das pessoas que têm diabetes no país têm o tipo 2, que surge quando o organismo não consegue usar a insulina que produz de forma adequada, ou fabrica insulina insuficiente para controlar a glicemia. Uma das alternativas para o tratamento é a cirurgia bariátrica, que ajuda o corpo a liberar diversos hormônios, entre eles o GLP1, que age sobre o pâncreas, que, por sua vez, passa a produzir mais insulina e ajuda a melhorar o problema. Tendo mais insulina, o corpo consegue colocar mais açúcar para dentro das células e, assim, ele diminui no sangue.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e a SBD assinaram diretriz que indica a cirurgia bariátrica nesses casos. É importante ressaltar que a cirurgia não é a primeira e única indicação, e que antes é preciso avaliar quais as doenças realmente não foram controladas com remédios e se o paciente corre risco de vida, mas ela tem sido uma das mais eficazes. 

Segundo pesquisa apresentada no Colégio Americano de Cardiologia, em Chicago, o procedimento permite que a maioria dos pacientes viva sem insulina e outros remédios pelo menos cinco anos após a operação. A cirurgia bariátrica oferece aos pacientes benefícios muito além de simplesmente emagrecer. Ela promove a melhoria da qualidade de vida de pessoas que já buscaram tratamentos convencionais e não tiveram resultados satisfatórios. 

(*) Cirurgião e diretor do Instituto Mineiro de Obesidade e Cirurgia (IMOC)

 

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