Outros coronéis de 64

20/08/2018 às 20:38.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:01

Aristóteles Drummond*

Após receber inúmeras mensagens sobre o artigo aqui publicado sobre o centenário do coronel Mário Andreazza, que foi ministro dos Transportes e do Interior dos presidentes Costa e Silva, Médici e João Figueiredo, achei que poderia abordar outros coronéis daquela safra de grandes vocações para a vida pública. Todos com dinamismo, dedicação e absoluta probidade pessoal.

O coronel José Costa Cavalcanti, logo passando à reserva, já era deputado federal por Pernambuco quando do movimento de 64. Mas foi com os presidentes militares que revelou a face do grande gestor como ministro do Interior, na arrancada dos grandes projetos de habitação popular do BNH, como aquele que, em combinação com o governo Negrão de Lima, da então Guanabara, permitiu a remoção das favelas no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão-postal da cidade. Depois, foi ministro das Minas e Energia, no governo Médici, e presidente da Itaipu e da Eletrobrás, com João Figueiredo.

Outro do mais alto nível foi o coronel Jarbas Passarinho. Trabalhou na Petrobras, foi governador do Pará na Revolução, senador por dois mandatos e ministro do Trabalho, da Previdência e da Educação. E da Justiça com Collor. Um verdadeiro estadista.

O coronel César Cals foi governador do Ceará, escolhido pelo presidente Médici, eleito senador indireto em 1979 e logo assumiu o Ministério das Minas e Energia, quando triplicou a produção nacional de petróleo, executou o grandioso Projeto Carajás, da Vale, e foi o autor do plano de hidroelétricas, como Tucuruí, a maior do Brasil. 

O senador Cristovam Buarque, ministro da Educação no primeiro governo Lula, aponta o coronel Ruben Ludwig, depois general, como um dos melhores nomes que passaram pelo Ministério da Educação. 

Como o povo não é bobo, essa história de ditadura e de críticas aos militares se limitam aos que optaram pela chamada “luta armada” e sofreram consequências. Lamentáveis, claro, quando vítimas de violências, assim como as que praticaram nos atos de sequestros e execuções, inclusive de companheiros que abandonavam a aventura. Mexer nesta área machuca a todos, pois a violência não é da índole do brasileiro. 

*Escritor e jornalista
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por