Para que os jovens não cheguem às prisões

02/02/2017 às 17:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:40

Maurilio Pedrosa*

Um terço dos presos no Brasil possuem entre 18 e 24 anos de idade, o que representa mais de 200 mil pessoas. Esses são dados do Infopen 2014, a última mensuração oficial do Ministério da Justiça sobre os encarcerados no país. Dentre os milhares de homens e mulheres que estão hoje vivendo na pressão das prisões brasileiras, muitos tiveram em sua trajetória de vida passagem pelo sistema socioeducativo, ou seja, tiveram envolvimento com o crime mesmo antes de se tornarem adultos. 

Desta forma, percebemos que ainda são infrutíferas as ações oferecidas a essa juventude delinquente, fazendo com que muitos deles permaneçam na criminalidade.

Por mais que as consequências geradas pela crise atual no sistema prisional sejam de tratamento urgente e necessário, temos – paralelamente – que nos dedicar à criação de alternativas de inclusão social para os jovens, que confrontem com a entrada precoce no mundo do crime e da violência. 

O Brasil precisa cuidar de seus jovens. É preciso que a legislação estabelecida pelo SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo seja integralmente executada. Precisamos agir de forma profunda e articulada nas causas de nossos principais problemas sociais para resolvê-los em sua raiz.

Entendemos que um desses caminhos é conjugar a educação com o trabalho. Sim, a educação profissional, ofertada pelos programas de aprendizagem. Com aprendizado e acompanhamento, carteira de trabalho assinada e uma renda no final do mês, a possibilidade de uma trajetória distante do crime se descortina para esses jovens.

Essa é a aposta do Projeto Trampolim, realizado pelo Minas Pela Paz, Governo do Estado de Minas Gerais, Prefeitura de Belo Horizonte e entidades profissionalizantes, como o SENAI, Assprom e a Rede Cidadã, que oportunizaram 282 contratos de trabalho para jovens em cumprimento de medidas socioeducativas nos últimos três anos.

Somente nesse mês de janeiro foram mais 71 jovens iniciando seus cursos de aprendizagem industrial, concretizando o sonho de uma vida digna e justa, longe dos caminhos destrutivos que o crime poderá leva-los.

(*) Gestor do Minas Pela Paz

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