Para que serve o impeachment

29/07/2016 às 21:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:04

Aristoteles Atheniense*

Entre os adversários da Operação Lava Jato, sobejam os que negam ao impeachment a finalidade de alterar a situação deprimente a que o Brasil chegou.

O procurador do TCU, Júlio Marcelo Oliveira, em depoimento prestado no Senado, censurou a contabilidade oficial, reputando-a de “destrutiva”, cujos efeitos esfacelaram as contas públicas, concorrendo para a perda do grau de investimento interno e externo.

Com o cataclisma econômico reinante é razoável que o impeachment, por si só, não seja a medida mais recomendável capaz de nos livrar da convulsão assustadora que atinge todo o país. Mesmo aqueles que lhe negam efeitos positivos não revelam a existência de outro remédio que possa conter, especialmente, a corrupção, que mina a nossa capacidade produtiva como nação próspera e democrática.

Em que pese todo este quadro de expectativa permanente, o governo petista considerou-se eximido de qualquer dever de livrar a população das agruras a que foi levada. Explica-se, assim, a obstinada tentativa de fazer oposição ao novo governo, adotando o refrão de que Aécio também não se conformou com o resultado negativo da eleição de 2014.

Com isso, o lulismo pretende safar-se dos malefícios praticados, escondendo os gastos desmedidos, as desonerações inúteis das receitas tributárias, acenando com a aparente estabilidade econômica que não passou de uma mentira criada pelo marqueteiro João Santana, atualmente em recesso prisional.

O senador Anastasia, em seu relatório, mostrou haver se tornado costume do governo Dilma recorrer às instituições bancárias oficiais para se financiar. Foi o que ocorreu em dezembro de 2015 com o BNDES, em mais de R$ 21 bilhões, e com o Banco do Brasil, em R$ 12 bilhões. Aquele exercício ficou marcado pela repetição e aprofundamento das situações críticas já constatadas em 2014.

A queda de Dilma Rousseff do Planalto, mesmo não sendo uma solução capaz de eliminar todas as incertezas, há de ser um alívio, nesta fase de desconfiança inaugurada desde a primeira gestão da presidente afastada.

Inobstante esse comportamento pecaminoso, o PT continua indo às ruas, propagando a necessidade da destituição de Michel Temer, com o retorno imediato da executiva responsável pelo grau de descrédito a que chegamos. 

Com o destempero verbal que o caracteriza, o PT está a debochar da Nação, como se esta já houvesse esquecido a política falaciosa com que convivemos nos últimos treze anos. A sua ousadia não tem limite, prestando-se somente a mostrar que o refrão “quanto pior melhor” deve ser aplicado a quem saiu e não a quem está entrando.

(*) Advogado e conselheiro nato da OAB, diretor do IAB e do iamg. Presidente da AMLJ 

  

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