Pauta dos candidatos

04/09/2018 às 19:48.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:17

Aroldo Rodrigues* A corrida eleitoral já está a pleno vapor. Os analistas consideram que uma eleição só está de fato nas ruas quando se inicia o horário eleitoral. Tenho acompanhado, na medida do possível, a postura dos candidatos a presidente no tempo que lhes cabe na TV. Tempo que, para alguns que de tão curto, se torna completamente irrelevante. Já para outros, a TV é a tábua de salvação para tentar subir nas pesquisas, como é o caso de Geraldo Alkimin (PSDB). Confesso que estou preocupado com a falta de consistência dos discursos dos candidatos. Com raras exceções, as soluções propostas são frases de efeitos elaboradas pelos marqueteiros, desconexas da realidade de falta de recursos com que vive o Estado. Penso que os postulantes ao Planalto ainda não se deram conta do problema que terão que enfrentar. O Estado com o orçamento limitado contrasta com o a necessidade de investimentos para recuperação de competitiva. Em sabatinas na TV, onde o tempo é o mesmo para cada candidato, podemos ter a clara percepção da falta de conexão com a realidade. Ciro Gomes (PDT), por exemplo, pautou sua política econômica nos mesmos pilares da fatídica “nova matriz econômica” que fora implementada no governo Dilma Rousseff (PT), causando uma crise sem precedentes. Outra proposta no mínimo curiosa do candidato Ciro Gomes é a retirada dos inadimplentes dos cadastros de restrição de crédito. O candidato repete isto como um mantra, sempre que tem a oportunidade de falar nas redes de TV reforça a promessa. A proposta é baseada na suposição de que devolvendo o crédito a estas pessoas seria restabelecido um nível considerável de consumo o que reaqueceria a economia. Voltamos no mesmo ponto, as tentativas mágicas já experimentadas e mal concluídas. Dilma também tentou algumas cartas do tipo, como as desonerações da linha branca, retirada do IPI dos automóveis. Essas medidas são artificiais e não dão resultados de longo prazo. Basear o crescimento de uma economia do tamanho do Brasil no consumo é no mínimo irresponsável. O problema é que, irresponsável ou não, o discurso tem encontrado ouvintes interessados, estimulando mais propostas rasas e desconexas no debate eleitoral. *Economista, pós-graduado em consultoria empresarial, palestrante e professor universitário

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por