Por uma Sociedade Aprendente

18/08/2016 às 20:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:26

Luciana Barros*

Todos os dias somos invadidos com novas informações e novas maneiras de absorver e aprender, influenciando diretamente em todos as esferas da vida, desde o pensar, o agir, o ensinar e o aprender. Nesse contexto, a escola torna-se ainda mais relevante ao propiciar oportunidades para que os alunos descubram a capacidade que o conhecimento tem de transformar a realidade, resolver problemas e criar outras alternativas possíveis. Essa é a sociedade aprendente.

O termo foi cunhado pela psicopedagoga argentina Alicia Fernàndez, uma grande influenciadora da área no Brasil. Os conceitos de aprendentes, e também de ensinantes, não são sinônimos de aluno e professor e sim a posicionamentos subjetivos/objetivos singulares frente ao conhecimento, ultrapassando o âmbito escolar, mas que podem se referir na linguagem cotidiana à função de ensinar e/ou de aprender. 

Na visão de Alicia, para que seja possível a aprendizagem, é necessário que quem aprende conecte-se mais com seu sujeito ensinante e quem ensina conecte-se mais com o sujeito aprendente. 

Esse momento dessa sociedade da informação gerou muitas mudanças sociais que impactam o desenvolvimento de um modo geral, que exigem modificações das escolas em relação à estratégia e, automaticamente, mudanças na família e no ambiente em que vivemos. 

De que forma os profissionais da educação podem intervir para favorecer o desenvolvimento dessas crianças e jovens nessa sociedade aprendente? O papel desses profissionais da educação é manterem-se conectados com os novos elementos que o mundo propõe para essa sociedade percebendo e de que forma essas crianças e jovens estão interagindo com esses novos elementos. Esse profissional será o mediador entre esses elementos sociais e a capacidade do sujeito em articular isso, ou seja, buscar o equilíbrio entre o sujeito e o objeto de conhecimento.

Estes profissionais que compõem uma equipe multidisciplinar tem diferentes posicionamentos cada um do seu lugar e do seu espaço de saber apropriado precisam assegurar a integralidade do ser aprendente. Por isso hoje é inconcebível reduzir a educação escolar tão somente a conhecimentos acumulados. 

Acompanhar e entender estas mudanças constitui um exercício desafiador e essencial para os diversos profissionais da educação. Por conta disso, esse será o cerne do IV Simpósio Internacional de Psicopedagogia desse ano. Esperamos que novas ideias, pensamentos e experiências possam nos levar para caminhos e visões que contribuam para que a educação progrida e haja crescimento e evolução constantes para alcançarmos uma sociedade melhor.

(*) Presidente do Conselho Nacional da ABPp – Associação Brasileira de Psicopedagogia. 
 

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