Pragmatismo pelo progresso

13/01/2020 às 19:39.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:16

Aristóteles Drummond

Com a radicalização na política, e divergências ideológicas provocando rachas até nas famílias, quem mais sofre é a democracia, a liberdade do pensamento, do direito de opinar e optar pelo que julga melhor. 

As esquerdas insistem em demonizar o pensamento da direita, de centro-direita, que cultua valores da família, da liberdade religiosa, do capitalismo e do liberalismo, da austeridade como conduta e segurança pública garantida com o justo uso da lei.

Cansados da ditadura do que convencionaram denominar de “politicamente correto”, os eleitores em todo o mundo resolveram optar pela mal falada direita e parece que vêm se dando muito bem. Nos EUA, o pleno emprego de Trump; a retomada do crescimento e o combate à corrupção, no Brasil; a volta ao equilíbrio democrático, no Uruguai; o espetacular retorno dos conservadores ingleses ao poder, onde refundaram o Reino Unido, com Thatcher, nos anos 1980. Os grupos de esquerda passaram a ser identificados com corrupção e falência do Estado, como no caso dos bolivarianos. Na Argentina, em um ano, a crise estará incontrolável, o que é uma pena, mas pode servir de alerta à nossa burguesia alegre e irresponsável.

A pauta da esquerda é raivosa. A Espanha, cheia de problemas na economia, tem, na aliança de esquerda, a preocupação com a remoção de túmulos de personagens mortos há mais de meio século. Isso, apesar da indiferença popular e, quando não, rejeição, como ficou patente nas pesquisas feitas quando mudaram Franco de sepultura. Criaram ainda uma indústria de indenizações a familiares de militantes da luta armada mortos em combate. Na programação das televisões e na pauta dos jornais, os debates são entre pessoas unidas pelos mesmos ideais.

Pluralismo nas esquerdas e em parte da mídia nem pensar.

O curioso é que, neste mesmo momento, o mundo enfrenta problemas concretos, reais, no desemprego, na prestação de serviços públicos na saúde, na habitação e na distribuição de renda.

Mas os ideólogos não se sensibilizam com isso. Preferem lutar pelas questões que envolvam gênero, aborto, liberdade cultural, impunidade para crimes de corrupção ou de barbárie, em manifestações que destroem patrimônio público ou privado. Estão mais preocupados com eventuais exageros da polícia do que com a ação de criminosos. Por isso, o chamado povão começa a se rebelar contra a exploração de sua ignorância, já bem menor do que ontem.

Falta uma liderança que convoque todos para uma pauta positiva, por política salarial do setor público mais justa e sem privilégios, pelo encolhimento do Estado em favor da qualidade de serviços e por uma política de aperfeiçoamento da mão de obra operária compatível com as tecnologias mais modernas.

O Brasil precisa ser mais competitivo para crescer, vender mais e remunerar melhor seus trabalhadores. Enfim, precisamos abandonar o tititi e adotar o trabalho e o bom senso como metas. 

Escritor e jornalista

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