Precisamos falar sobre o diabetes

13/11/2020 às 20:51.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:02

Nelisa Queiroga* 
 

Dados da Federação Internacional do Diabetes apontam que no Brasil há 17 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que coloca o país em quinto lugar no ranking internacional da enfermidade. O manejo desses pacientes – em virtude dos múltiplos comprometimentos - representa cerca de 10% de todos os gastos públicos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS).

A síndrome metabólica acontece basicamente pela falta ou incapacidade da insulina (hormônio responsável pela redução da glicose no sangue) de exercer adequadamente seus efeitos, o que acarreta no aumento de açúcar no sangue.

Existem dois tipos mais comuns da doença. O diabetes tipo 1, que ocorre em 5% a 10% dos pacientes, acontece quando o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um ‘defeito’ do sistema imunológico. Com isso os anticorpos passam a atacar as células que sintetizam esse hormônio. Já o tipo 2, que acomete cerca de 90% das pessoas com o problema, é consequência da combinação de dois fatores: a diminuição da secreção de insulina e uma anormalidade em sua ação. Esses distúrbios podem ser provocados por causas variadas que, juntas, desencadeiam a doença. A vida sedentária, a tendência genética e, principalmente, o ganho de peso são as principais.

O ganho de peso, por exemplo, é decorrente do excesso de calorias ingeridas. Dessa forma, se a pessoa tem uma alimentação com excesso de açúcar, alimentos processados e carboidratos simples como pães, macarrão e batata, e acaba por isso engordando, pode correr o risco de desenvolver diabetes.

O primeiro passo para investigar a enfermidade, muitas vezes silenciosa, é fazer o exame de glicemia em jejum em qualquer laboratório ou posto de saúde. Os valores considerados normais ficam entre 70 e 99 mg/dL (miligramas de glicose por decilitro de sangue). Quando os resultados ficam entre 100 mg/dL e 125 mg/dL são tidos como anormais próximos ao limite e devem ser repetidos em uma outra ocasião. Vale destacar, porém, que a decisão (de repetir o exame) cabe somente ao médico. Apenas este profissional é quem faz o diagnóstico e solicita outros métodos de investigação para atestar o quadro do paciente.

Considerada uma doença crônica, sem cura, o tratamento do diabetes, cujo objetivo é controlar sua progressão, é de suma importância. Quando a doença não está sob controle, pode causar outras complicações de saúde, como cegueira, falência dos rins, ataques cardíacos, hipertensão e amputações de membros inferiores. Além disso é um fator de risco para a Covid-19.

Para os que, felizmente, não têm a comorbidade, deixo aqui o alerta da prevenção: siga uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, alimentos integrais e carnes magras; e pratique, pelo menos, 150 minutos de atividades físicas semanais. Essa postura salva vidas!

*Nutricionista do Cetus Oncologia

 

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