Precisamos olhar para os edifícios

18/08/2016 às 20:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:26

Lisandro Sciutto*

A prevenção já é uma característica do Brasil em algumas áreas da saúde, por exemplo. Um bom exemplo é que os planos de saúde oferecem um check up anual, em que é possível fazer os principais exames a fim de prevenir as doenças antes que elas cheguem de repente. E, se o mesmo acontecesse na construção civil? E, se as edificações fossem sustentáveis ainda na fase do planejamento? Evitaríamos não apenas falhas futuras, mas reduziríamos o desperdício de recursos naturais e minimizaríamos os gastos com manutenção.

Vou ilustrar com o exemplo da energia elétrica. A diversidade e intensidade no uso dos recursos naturais renováveis no Brasil é forte e atinge a margem de 41% frente a média mundial de 13%, de acordo com o Balanço Energético Nacional de 2015. O mesmo relatório mostra que é preciso atenção sobre a origem do consumo no país, que apresentou retração de 2,1% nos gastos de energia em relação a 2014. No entanto, as edificações brasileiras foram responsáveis por, praticamente, 50% do consumido. Nos EUA, esse número foi de 41% no ano passado. 

“Segundo estudo, as edificações brasileiras foram responsáveis por, praticamente, 50% do consumido no ano de 2014”

  

Há um amplo espaço para otimizar os recursos energéticos nos edifícios, pois esse é um gargalo quando se fala do segmento corporativo, uma vez que 20% da energia consumida em construções comerciais é desperdiçada, e elas representam, pelo menos 80% dos custos operacionais e de manutenção para CEOs e CFOs. 

A tecnologia de EAM, quando conectada a sensores e à Internet das Coisas, oferece informações em tempo real sobre os sistemas AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), hidráulico e elétrico, conectando os sistemas de gestão do edifício com medidores de energia e gerando informações precisas e em tempo real para melhor gestão do empreendimento. É uma integração que automatiza o envio das informações e define parâmetros para controle da gestão dos ativos prediais – que são muitos. 

É uma forma de munir os gestores de informações sobre o sistema de energia e ter acesso ao que quase ninguém enxerga, como a origem das falhas. É possível saber, por exemplo, se o aumento do consumo tem origem no ar condicionado de uma unidade que está operando fora do tempo e do padrão previsto, ou, como na medicina, agir de forma preventiva, mostrando quando será necessário realizar a manutenção para evitar um colapso.

(*) Diretor de produtos da Infor Latam



 

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