Prevenindo o câncer ginecológico

15/06/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:53

Delzio Salgado Bicalho*

O aumento no número de casos dos principais tipos de cânceres ginecológicos chama atenção de especialistas que ressaltam o incentivo à prevenção, que ainda é pouco realizada pelas mulheres brasileiras.

Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 16.340 novos casos de câncer do colo do útero, com 5.430 mortes incidência estimada de 15,85 casos a cada 100 mil mulheres.

Em Minas Gerais, 1.030 mulheres podem ter câncer de colo de útero, doença que mata cerca de 230 mil por ano no mundo. A cura do câncer pode chegar a 80% dos casos, valendo sempre a regra de que quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura.

Os outros tipos mais frequentes de câncer são de colo do útero e de ovário. O câncer de colo do útero aparece em segundo lugar entre os mais comuns no Brasil, devido ao aumento da expectativa de vida, por se tratar de um tipo que aparece com mais frequência em mulheres na menopausa, acima do peso e com diabetes.

O problema também está ligado ao uso abusivo de estrogênios e, toda paciente em tratamento com hormônios deve ser orientada por médico, além de ter acompanhamento nutricional para controle do peso e do diabetes. Conforme dados do INCA, são esperados 6.950 novos casos entre as brasileiras.

Em terceiro lugar, surge o câncer de ovário, para o qual são esperados 6.150 casos novos em 2016, com 3.283 mortes, uma incidência estimada de 5,95 casos a cada 100 mil mulheres. Entre os três tipos, este é o que apresenta a evolução mais silenciosa, com alta mortalidade. Não existem ainda métodos comprovados de rastreamento, mas o ultrassom, marcadores tumorais e o exame ginecológico periódico podem auxiliar na detecção mais eficaz.

A manutenção de hábitos nocivos à saúde contribui para elevar o número de casos, como o consumo frequente de bebidas alcoólicas, fumo, alimentação inadequada e sedentarismo. A iniciação precoce da vida sexual, multiplicidade de parceiros e DSTs não tratadas também aumentam o risco.
A visita regular ao ginecologista e a realização de exames preventivos são recomendações crucial para reduzir os casos a médio e em longo prazo.

(*) Ginecologista oncológico, diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG)

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