Prisioneiro de suas escolhas

24/04/2020 às 15:18.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:21

Mauro Condé*

“A leitura é uma forma de felicidade” – Jorge Luis Borges
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes livros sobre Química.
Eles me levaram para a Academia Francesa de Ciências, na velha Paris de 1793, onde fui recebido pelo gênio Antoine Lavoisier, advogado de formação e cientista por paixão, o homem que revolucionou a Química, a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
-Desenvolva ao máximo a sua mente.
-Gaste a maior parte do seu tempo a sentar e a pensar para não perecer.
-Faça do excesso de leitura o seu maior escudo contra qualquer dificuldade na vida.
-Guie-se pelo farol das evidências baseando-se em fatos e dados.
Com apenas três balanças, Lavoisier entrou para história ao promover o divórcio entre a Química a Alquimia e ao revelar o maior enigma da humanidade na época, a combustão.
Até então, a crença era que as plantas e as árvores sintetizavam o material que as compunha, retirando-o da sua própria semente ou do solo.
Lavoisier constatou que o produto da queima de um pedaço de madeira era uma pequena quantidade de cinzas, a maior parte composta por vapor d´água e gás carbônico.
Então brilhantemente deduziu que a árvore ou a planta, de modo geral, se desenvolvia pela capacidade de retirar vapor d´água e gás carbônico do ar, numa reação inversa à combustão, revelando assim a fotossíntese.
Ele pesou antes a madeira e depois da sua queima pesou as cinzas e os gases emitidos.
Demonstrou que a combustão nada mais era do que a simples adição de alguma coisa ao corpo que se queimava.
Descobriu por tabela o oxigênio e cunhou a célebre frase: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
-Suporte toda a pressão que a vida lhe impuser. A pressão cria lendas.
Laivoisier provou, com uma experiência em praça pública, que o diamante nada mais era do que o carvão submetido à alta pressão.
-Não perca a cabeça por nada desse mundo, procure agir de acordo com as decisões mais acertadas possíveis, pois apesar de livre para fazer o que quiser, você será sempre prisioneiro das consequências de suas escolhas.
Gênio, transformou o mundo a partir das ideias contidas no interior de sua mente, mas induzido pela esposa fez a errada escolha de se transformar num impopular coletor de impostos num período de muita tensão.
Veio a Revolução Francesa, ele foi preso e condenado a perder, em fração de segundos, sua brilhante cabeça na guilhotina.

*Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco.

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