Zé Silva (*)
Tomara que entre os grandes legados dos Jogos Olímpicos no Brasil esteja a mobilização de nossa população para que o esporte seja uma alternativa real para a promoção da qualidade de vida em nossos municípios. De um modo especial, torcemos muito para que haja o engajamento dos jovens nessa mobilização, exigindo das administrações públicas, em todos os seus níveis, maior compromisso de gestão para desenvolver programas de esporte que sejam efetivamente uma base para a promoção de melhor qualidade de vida em nossas comunidades.
Não há o que se discutir ou duvidar dos resultados positivos da prática esportiva, sobretudo para as crianças e os jovens. Com o esporte se aprende valores fundamentais para a vida em coletividade, como a responsabilidade para com o trabalho, a disciplina, a solidariedade e os fundamentos da ética e da cooperação como bases para a conquista de bons resultados.
Ainda estamos distante de poder dizer que nossos municípios oferecem as estruturas e as condições mais adequadas para práticas esportivas. Praticamente em todos os municípios não existem, por exemplo, estruturas ou modalidades esportivas para as mulheres. E, ainda por cima, é como se esporte fosse apenas futebol de salão, pois até nossa modalidade esportiva mais popular, o futebol de campo, desapareceu ou está em vias de extinção nas cidades brasileiras.
Não podemos nos esquecer de que milhões de jovens não têm como praticar esporte com as condições adequadas para um bom desempenho. Qual município tem estruturas e programas de esporte, como atletismo, natação, ginásticas, e mesmo modalidades mais conhecidas como vôlei e basquete, entre outras?
Minha expectativa é que, com o feito histórico de conseguirmos realizar com competência e entusiasmo uma Olimpíada, a população passe a demandar das administrações públicas o necessário empenho e competência para criar programas de esporte dignos desse nome. Tomara seja essa mobilização pelo esporte o maior legado dos Jogos no Brasil. Se assim o for, estaremos ampliando oportunidades de um futuro melhor para nossas crianças e jovens, legado que deve ser passado de geração para gerações.
(*) Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG