Quem responderá pelas vítimas do transporte coletivo de BH?

22/02/2018 às 17:21.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:31

Pedro Patrus

Com o esvaziamento político e estrutural da BHTrans, quem hoje de fato comanda o sistema de transporte são as empresas concessionárias, que não abrem seus números, tampouco prestam contas para a população.

Em nome de um “prejuízo” sem fundamento, essas empresas sucateiam o serviço de ônibus com a retirada de cobradores, sobrecarregando os motoristas, diminuindo o quadro de horários, negligenciando a manutenção dos veículos. O que põe em risco a segurança dos passageiros, motoristas e cobradores.

Não podemos deixar um caso tão grave sem resposta. Por isso, mais do que a auditoria do transporte coletivo proposta pelo prefeito Alexandre Kalil, queremos uma CPI para investigar as contas das empresas concessionárias. O risco, se não fizermos isso, é repetirmos o caso, igualmente escabroso, da queda do viaduto Batalha dos Guararapes, que resultou na morte da motorista Hanna Cristina dos Santos e do servente Charlys do Nascimento.

Até agora, quase quatro anos depois, ainda não há culpados, tampouco indenizações para os familiares das vítimas do viaduto. A apuração está engavetada ou anda a passos de tartaruga.

Mais de 3 milhões de usuários dependem do transporte coletivo em Belo Horizonte. Por isso exigimos transparência. A realidade atual é um transporte coletivo caro, inseguro, completamente à mercê da vontade das empresas que detêm a concessão pública. Ora, quem vai responder pela omissão dos empresários e das empresas concessionárias? Sempre serão isentados de qualquer culpa pelas falhas no sistema de transporte? Por que essas empresas fazem tanto mistério? Do que têm tanto medo?

Cabe a nós, vereadores, eleitos pela população da cidade, fiscalizar e cobrar ações do governo municipal. É por isso que estamos lutando pela criação de uma CPI do Transporte. É o momento de parar de falar e realmente partir para a ação. E ela significa uma CPI concreta, uma auditoria efetiva e a certeza de que o sistema de transporte tem de ser eficiente, transparente, ético e honesto com Belo Horizonte.

Vereador de BH

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