Recuperação do rio Paraopeba é prioridade para a Vale

17/07/2020 às 21:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:03

Ricardo Márcio Martins Alves*

A recuperação do rio Paraopeba à condição anterior ao rompimento da barragem B1, em Brumadinho, é uma das prioridades no compromisso da Vale de reparar o meio ambiente em áreas impactadas. Esse trabalho exigiu a implementação de ações emergenciais e exigirá medidas de curto, médio e longo prazos, que estamos comprometidos em implantar.

Uma das primeiras ações tomadas em prol da recuperação ambiental e do rio foi a implantação de um conjunto de estruturas para contenção do rejeito. Em maio de 2019, uma das principais intervenções para impedir novos carreamentos de sedimentos da barragem para o rio Paraopeba foi concluída. Em dezembro, o conjunto de obras emergenciais, com a construção de quatro grandes estruturas e 25 pequenas barreiras estabilizantes da B1 até a confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba também foram finalizadas. Essa região recebeu a maior parte do rejeito da B1 e a conclusão dessas obras e sua eficiência colaboram para a recuperação da bacia.

Uma vez contido o rejeito e impedida a sua chegada no rio, procedeu-se ao tratamento da água. Já neste ano, as estações de tratamento de água que instalamos em Brumadinho, alcançaram a marca de 14 bilhões de litros de água tratada e devolvida ao rio Paraopeba cinco vezes mais límpida, na média, que o limite estabelecido por Lei (Conama - Resolução nº 357/2005). Seguimos monitorando a qualidade da água do rio em 54 pontos, de Brumadinho a Pompéu, incluindo posições em dez de seus afluentes, no rio São Francisco e nos reservatórios das usinas de Retiro Baixo e Três Marias.

Já realizamos cerca de 6,5 milhões de análises de água, solo e sedimentos em aproximadamente 45 mil amostras para análise de diversos parâmetros, como a presença de metais na água, pH e turbidez. São mais de 5 milhões de registros de resultados até o momento. Essas análises e medições são reportadas sistematicamente ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), que também monitora o rio. Isso garante o cumprimento de parte de uma missão primordial para nosso time, que é a transparência das informações.

As análises e medições realizadas desde janeiro de 2019 mostram que as intensas chuvas registradas a partir de novembro daquele ano até os três primeiros meses de 2020 provocaram uma retomada do aumento da turbidez da água e das concentrações de metais, em alguns pontos do rio Paraopeba, inclusive em região não afetada pelo rompimento da barragem B1. A combinação de dois fatores contribuiu para esse cenário: a suspensão de partículas de sedimentos presentes na calha do rio e a intensidade do período chuvoso, como não se via em 30 anos, refletida no aumento da vazão do curso d’água.

Por outro lado, apesar de ainda identificarmos violações aos limites legais para alguns metais, verificamos que os resultados para a concentração desses metais já estão se reduzindo progressivamente com a entrada do período de estiagem de 2020, tal como aconteceu no período seco de 2019 e na mesma época de anos anteriores. Todas essas ações e seus resultados indicam que o rio pode recuperar sua condição anterior ao rompimento e isso é mais um estímulo para seguirmos trabalhando na busca por soluções que, esperamos, levem à reabilitação do rio Paraopeba e sua biodiversidade o mais rapidamente possível.

* Gerente de Reparação Socioambiental da Vale, e Vitor Brognaro Pimenta, Gerente de Meio Físico da Vale

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