Redução do salário mínimo

21/09/2017 às 17:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:40

Valter Amaral

Recebi, com grande indignação, a notícia divulgada pelo Ministério do Planejamento (MP) referente à nova previsão do salário mínimo para 2018. O Governo pretende reduzí-lo de R$ 979, anunciado anteriormente, para R$ 969, sob o argumento de que houve queda da projeção da inflação para o ano que vem.

O reajuste de R$ 10, caso a proposta de redução seja confirmada, visa uma economia nos cofres públicos, pois, segundo o MP, “cada real de aumento no salário mínimo gera um incremento de R$ 301,6 milhões ao ano nas despesas do governo”, o que justificaria aludida medida.

Tal pretensão é um escárnio, um tapa na cara dos brasileiros. Sabe-se que a nova projeção do mínimo nada mais é que uma das tentativas do governo de recuperar a economia do país que está fragilizada, especialmente diante dos escândalos de corrupção que vieram à tona e que contribuiram significativamente para desencandear uma crise financeira sem precedentes.

Verifica-se que para enfrentar um quadro econômico desfavorável, o governo acena com a redução de direitos básicos que atingem essencialmente a classe média e os pobres. Em geral, a única solução que compreende é impor sacrifícios ao povo. Ocorre que os brasileiros não podem “pagar o pato” mais uma vez pela má gestão e desvio de conduta de alguns executivos e agentes públicos que zombam daqueles, desviando milhões de reais do dinheiro público para satisfazer interesses pessoais e escusos, prejudicando a economia e a imagem do país e, consequentemente, o cidadão.

Precisamos nos sensibilizar de modo a não mais permitir que sejamos penalizados e ultrajados dessa forma.

A proposta de redução do salário mínimo não pode ser admitida. São milhões de famílias que vivem em função do salário mínimo, o qual, segundo o próprio MP, é insuficiente para propiciar uma vida digna às pessoas. Afora isso, uma vez efetivada a redução, o trabalhador terá menor poder de compra e, consequentemente, menos capacidade de atender às suas necessidades básicas.

Não bastasse o sofrimento do brasileiro com a falta de qualidade nos serviços públicos, tais como saúde, segurança, transporte, educação etc., agora querem reduzir o mínimo? Absurdo! Bom senso, é o que se espera daqueles que se dizem representantes do povo. 

  

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