Reflexão sobre infertilidade

24/08/2020 às 07:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:21

Por Marco Melo (*)

A conscientização sobre infertilidade é essencial para estimular discussões sobre as causas e os avanços dos tratamentos disponíveis para quem quer ter filho. As novas técnicas geram maior esperança para quem faz parte dessas estatísticas, assim como a importância dos especialistas em ajudarem no processo de fertilização.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 15% dos casais em idade reprodutiva são estéreis. O conhecimento sobre as causas da infertilidade aponta que 40% são masculinas, 40% femininas, 10% do casal e 10% sem causa definida. Os tratamentos de reprodução assistida apresentam importantes avanços frequentes para os casais que querem engravidar. 

Conforme dados da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (REDLARA), o Brasil liderou o ranking latino-americano dos países com mais procedimentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial e transferência de embriões, em 2019, seguido pela Argentina e México. O levantamento ainda revelou que em 25 anos (1990 a 2016), mais de 83 mil bebês brasileiros nasceram decorrente de algum tratamento, contra 31.903 bebês mexicanos, sendo que a fertilização in vitro e a inseminação artificial correspondem a mais 53% dos procedimentos, enquanto a transferência de embriões congelados, 32%.

Centenas de casais tentam engravidar sem sucesso por meses ou anos. A infertilidade conjugal pode estar relacionada a vários fatores e deve-se procurar ajuda especializada. O desenvolvimento das técnicas de reprodução assistida contribui para aumentar a taxa de fecundidade com diversas alternativas.

O diagnóstico preciso da infertilidade conjugal e a indicação de um tratamento mais adequado requerem um especialista em medicina reprodutiva. A avaliação inclui a história clínica detalhada do casal, exame físico e vários testes diagnósticos específicos para determinar a causa e melhor alternativa de tratamento.

Vários fatores podem estimular a fertilidade. Como as possibilidades de sucesso estão diretamente relacionadas à idade, a recomendação é procurar ajuda médica, após um ano de tentativas sem resultado para as mulheres com idade inferior a 35 anos e, após seis meses, para aquelas com mais de 36 anos. A reprodução assistida apresenta várias conquistas para as famílias, tanto por meio da preservação da fertilidade, quanto da reversão da infertilidade, ou do aumento das chances de bebês saudáveis, principalmente, nos casos em que as taxas seriam bem reduzidas.

As técnicas mais utilizadas são coito programado e a fertilização in vitro, definidas após uma avaliação criteriosa das causas. Os tratamentos podem variar de R$600 a R$ 9.000 em clínicas particulares, dependendo do método. A reprodução humana ainda não é um procedimento acessível em diversos casos. Entretanto, algumas iniciativas já estão contribuindo para mudar essa realidade, como o acesso pelo Sistema Único de Saúde, mesmo que muitas vezes demorado e, algumas conquistas junto a planos de saúde. A recomendação é buscar as possibilidades disponíveis e não desistir do sonho, pois a ciência evolui como aliada da família.

(*) Especialista em reprodução assistida e diretor da Clínica Vilara

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