Robótica contra câncer de próstata

23/11/2016 às 19:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:47

José Eduardo Tavora* 

Todos os anos, a campanha mundial Novembro Azul mobiliza profissionais, entidades de saúde e a população em prol da prevenção e do combate ao câncer de próstata, o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do tumor de pele não-melanoma. Mesmo com métodos cada vez mais modernos de diagnóstico e tratamento, novas tecnologias não param de surgir na medicina. Além dos tratamentos quimioterápicos, radioterápicos e hormonais, as cirurgias realizadas por robôs vem revolucionando os procedimentos de cura do câncer de próstata.

Ainda que a tecnologia robótica na área médica seja uma realidade pouco acessível, os avanços são cada vez mais notáveis. Diferente de alguns países desenvolvidos, o Brasil engatinha nesse aspecto, apesar de haver uma tendência natural de nos aproximarmos do universo robótico para intervenções cirúrgicas.

No caso das prostatectomias, por exemplo, o “Da Vinci”, primeiro robô que realiza cirurgias em Minas, tem obtido resultados bastante positivos, tornando o processo de cura menos oneroso para o paciente. As intervenções, que duram cerca de duas horas, são menos invasivas, diminuindo os riscos de hemorragia e outras complicações; os movimentos são mais precisos, já que o equipamento gera imagens de alta definição; e o tempo de recuperação do paciente chega a ser cerca de 72% menor do que nas operações tradicionais.

O Inca estima que, até o fim de 2016, 61.200 novos casos de câncer de próstata terão sido registrados no ano. A luta do Novembro Azul é, portanto, de extrema importância para alertar os homens sobre a necessidade de se quebrar tabus e preconceitos e se atentarem para o autocuidado, no sentido de diagnosticar tumores no estágio inicial e aumentar as chances de cura. Em relação à medicina robótica, a expectativa é de que ela avance no Brasil, chegando a patamares como os dos Estados Unidos, onde cerca de 80% dos tumores de próstata são retirados por robôs. É um caminho sem volta, é uma realidade que veio para ficar.

(*) Urologista e diretor técnico do Instituto de Cirurgia Robótica Ciências Médicas

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