Diran Rodrigues S. Filho*
O título acima é uma expressão alemã que significa: “o prazer que se obtém com o prejuízo do outro”.
Muitos abriram a boca para acusar, atacar e para tripudiar. Alguns meios de comunicação até mesmo “sentenciaram” a culpa, agindo antecipadamente ao “Trânsito em Julgado”. Pior, uma meia dúzia de membros do Poder Judiciário também se apressou a emitir opiniões condenando pai e filho, mesmo sem todos eles sequer terem lido integralmente o processo e muito menos a defesa, a qual todo cidadão, constitucionalmente, deve ter direito de fazê-la sem restrição e sem constrangimento.
Pois, foi assim que mais uma vez execraram figuras públicas, que agora, aos olhos do Judiciário, tornaram-se INOCENTES, LIVRES, “sem culpa no cartório”. E agora? E tudo o que sofreram? E a humilhação que passaram? E a repercussão na saúde de cada um deles? São consequências de difíceis reparações após a verdade vir à tona.
Luiz Tadeu Leite, foi vereador, prefeito de Montes Claros por três vezes, deputado estadual, deputado federal e secretário de Estado; Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho, foi o deputado eleito mais jovem da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi reeleito e tornou-se secretário de Estado. Figuras públicas que acabam de ser inocentadas pela mais alta corte estadual no processo em que eram acusados de utilizar o time de Vôlei para promoção pessoal.
Seria louvável que os meios de comunicação que tanto divulgaram a notícia negativa, pudessem, agora, noticiar na mesma intensidade a DECISÃO FINAL DO PROCESSO. Mas, como não se trata de detonar alguém, destruir a reputação de uma pessoa, mas o contrário, trata-se de inocentá-la, de reerguer sua estima, percebemos que não é de interesse divulgar essas noticias positivas.
Assim, faz-se necessário uma regulamentação que garanta aos prejudicados o direito de imagem na mesma intensidade que foram expostos, mas, mais do que isso, é preciso que nós, seres humanos, tenhamos mais cuidado com as palavras que proferimos. Pois como encontramos em Mt,12,36-37 : “Eu vos digo: no dia do Juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado”.
(*) Foi subsecretário de Estado de Minas Gerais