Sinais positivos devem estimular PMEs em 2017

10/02/2017 às 20:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:52

Othon Almeida*

Ainda estamos nas primeiras semanas do ano, mas percebemos que, pelo menos por enquanto, as perspectivas do empresariado brasileiro para 2017 são positivas. O país foi tomado de grande desapontamento pelo frustrante desempenho da economia nos últimos tempos e, após o conturbado ano de 2016, os olhos do mercado se voltam para as perspectivas para este novo ano. A retomada do crescimento e do desenvolvimento se apresenta como um dos grandes desafios para os brasileiros.

Um dado importante e positivo, que deve ser observado com muita atenção, é a evolução dos preços no país. Em 2015, a inflação oficial do Brasil fechou em quase 11%, mas foi desacelerando ao longo do ano passado, e encerrou 2016 em 6,29%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), abaixo do teto máximo da meta do governo, que é de 6,5%. E, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central do Brasil, o mercado espera que a inflação fique em 4,81% este ano, retornando a uma marca próxima do centro da meta (fixada em 4,5%) e causando um efeito positivo sobre a economia, os consumidores e as empresas.

Apesar da retração do mercado até o momento, as pequenas e médias empresas (PMEs), especialmente, esperam ganhar espaço quando a economia se reaquecer. A perspectiva de recuperação do Brasil faz com que as organizações de menor porte se mostrem mais confiantes com os resultados de seus negócios, segundo a pesquisa Agenda 2017, realizada pela Deloitte.

De acordo com o levantamento, que contou com a participação de 746 empresas brasileiras de diversos segmentos (das quais 52% PMEs), a soma das receitas líquidas previstas pelas organizações de menor porte deve chegar a cerca de R$ 30 bilhões em 2017, valor nominal 12,2% maior do que os R$ 26,7 bilhões esperados para 2016. Apesar de esperarem um aumento de vendas e negócios, a maioria das PMEs (56%) estima manter o mesmo contingente de empregados.

Pelo lado mais positivo, outras 30% preveem aumentar seu quadro funcional, enquanto que 14% disseram que vão reduzi-lo, de acordo com a pesquisa.
Outra boa notícia é a baixa das taxas de juros. Agora em janeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa básica da economia, a Selic, em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano, o que pode estimular especialmente as companhias de menor porte, tão necessitadas de crédito mais barato.

Ainda não é possível dizer que deixamos para trás os principais problemas que têm limitado o impulso desenvolvimentista de nosso país. Mas os sinais de melhora das condições econômicas – aliados ao pujante otimismo de empresários e gestores cansados de padecer diante do momento de grave crise em que vivemos – devem fazer com que 2017 seja de fato um ano de inflexão, que certamente impulsionará a retomada do crescimento, especialmente para as pequenas e médias organizações.

(*) Sócio-líder da área de Desenvolvimento de Mercados da Deloitte.
 

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