(Editoria de Arte)
Paulo Paiva*Editoria de Arte / N/A
Depois de 2012, quando cresceu 2,7%, o PIB brasileiro vem encolhendo anualmente. Ficou estagnado em 2014 (0,1%), despencou em 2015 (-3,8%) e neste ano deverá ter outra queda. Nos últimos 68 anos, esta será a oitava vez que há uma retração no PIB. Até então, jamais em dois anos consecutivos: 1981 (-4,3%), 1983 (-2,9%), 1988 (-0,1%), 1990 (-4,3%), 1992 (-0,5%), 2009 (-0,1%), 2015 (-3,8%) e 2016 (-3,27%, segundo o Relatório Focus do Banco Central).
Contudo, observando o comportamento da variação do PIB nos últimos quatro trimestres, há evidências de que a economia começa a reagir. Desde o segundo trimestre de 2015, relativamente ao trimestre anterior, a queda do PIB vem perdendo força consistentemente: de -2%, para -1,6%, e -1,3%, chegando à queda de apenas -0.3%, no primeiro trimestre deste ano.
A variação da formação bruta de capital fixo, que indica a taxa de investimentos, quando também comparada com o trimestre imediatamente anterior, segue a mesma tendência: de queda de -7,8% no segundo trimestre de 2015 chegou a -5,6% no primeiro trimestre deste ano.
Espera-se a volta do crescimento anual da economia já em 2017.
O Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE), estimado pela FGV e pelo The Conference Board (TCB) para o Brasil, subiu 2,0% em junho de 2016. Já é a quinta alta consecutiva do índice.
O IACE combina indicadores do lado real da economia com outros – como movimentações de compra e venda de ações, operações de Swap, considerando taxas esperadas de juros no futuro, e índices de confiança – que incluem os impactos das expectativas e da confiança no comportamento do mercado.
Também na população as expectativas sobre o desempenho da economia têm melhorado. Segundo pesquisas do Instituto Datafolha, enquanto em abril de 2015 apenas 14% dos entrevistados acreditavam que a economia iria melhorar; em 16 de julho deste ano chegam a 38% aqueles que estão otimistas com a economia. Aumentando a confiança dos investidores e dos consumidores, renascem as esperanças de que a economia poderá voltar a crescer no futuro próximo.
Os eventos políticos agendados para agosto poderão afetar, positiva ou negativamente, esses sinais de vitalidade da economia.
(*) Professor associado da Fundação Dom Cabral. Foi ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC